WEF: Preocupação com impactos da IA em Cyber seguirá relevante neste ano

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Os ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados e eficientes, e com o uso da inteligência artificial, os harckers estão conseguindo atingir um número maior de vítimas e tendo melhores resultados. A descoberta foi citada no relatório anual The Global Cibersecurity Outlook 2025, do Fórum Econômico Mundial, que mostra ainda como exemplo o aumento de ataques usando a IA para disparos de e-mails em massa, com links que levam ao roubo de dados.

 

Além disso, Dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam que três em cada dez indústrias já sofreram algum tipo de ataque cibernético. Ainda de acordo com a pesquisa da Fiesp, no Brasil, 52,4% das empresas de manufatura não tratam a cibersegurança como prioridade,  44,2% delas têm uma estrutura dedicada à segurança, e 64% investem apenas 1% do faturamento na área.

 

Para a cientista da computação e professora da UFMG, Michele Nogueira, que atua em pesquisas sobre o uso da Inteligência Artificial em Cibersegurança, o baixo investimento das empresas em segurança de dados se dá, muitas vezes, pela falta de conhecimento sobre a área. Muitos empresários acreditam que a instalação de um antivírus simples seja suficiente para a proteção contra ataques de hackers.

 

“Usar antivírus é uma recomendação básica para qualquer empresa. Assim como ter um firewall, fazer backups e ter uma política de segurança. É também possível para as pequenas empresas ter uma estratégia de segurança. Mas, cada caso é um caso. É preciso conhecer as características da empresa, os seus ativos, sua infraestrutura digital, através de um inventário inicial, para que se possa criar a estratégia adequada por um profissional da área de segurança. Mesmo com recursos limitados, é possível implementar uma defesa eficaz e minimizar os riscos associados a essas ameaças”, analisa ela.

 

Outros deixam de implementar projetos de segurança de dados por acreditarem que o investimento seja de alto custo. Michele Nogueira explica que o serviço pode começar com o básico e ir evoluindo com a implementação e instalação da infraestrutura de cibersegurança.

 

“Também há a possibilidade de contratação de serviços terceirizados de segurança. As pequenas empresas podem se beneficiar de soluções de segurança fornecidas como serviço, que oferecem ferramentas e suporte a um custo acessível sem a necessidade de grandes investimentos iniciais. Além de contratar consultorias especializadas para realizar avaliações de segurança, identificar vulnerabilidades e sugerir melhorias”, exemplifica a cientista da computação.

 

Empresas automatizadas devem redobrar os cuidados

A pesquisa “OTRS Spotlight: IT Service Management 2023” mostrou que 78% das empresas brasileiras já investiram em automação, sendo que 52% delas já adquiriram ferramentas e têm experiência em usá-las e outras 26% investiram em sistemas, mas ainda não possuem o conhecimento necessário para realizar o procedimento. Empresas com serviços automatizados estão mais suscetíveis a sofrer ataques cibernéticos em seus sistemas de produção.

 

“Essa é uma das grandes preocupações, principalmente considerando sistemas críticos, ou seja, sistemas que dão apoio a serviços essenciais para a sociedade como energia, saúde, transporte, abastecimento de água. Muitas das empresas que prestam serviços como esses estão digitalizando cada vez mais sua infraestrutura para automatização, porém isso leva a maior superfície de ataques e risco”, alerta Michele Nogueira.

 

Para evitar ataques, atém da adoção de ações e medidas de segurança cibernética pelas empresas, a contante atualização é primordial, já que com o uso de Inteligência Artificial pelos hackers, novos tipos de ameaças são criados constantemente. “

 

É interessante fazer consultorias ou exames periódicos da sua infraestrutura digital em relação à cibersegurança. Comparo com exames médicos regulares que as pessoas fazem para verificar se tudo está em ordem. A ideia é similar e existem testes que podem ser feitos periodicamente e de forma proativa que permitem a partir do diagnóstico ajudar a empresa a sanar pontos de risco e reduzir a possibilidade de ataques”, finaliza a cientista da computação.

 

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