Segurança integrada para um mundo em transformação

A considerar que os ciberataques de hoje obstruem negócios, paralisam serviços públicos e colocam a integridade de indivíduos em risco, é imprescindível que as organizações reestruturem suas estratégias de Segurança baseadas na integração entre os mundos físico e lógico, mais conhecido como real e virtual

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Seiscentos bilhões de dólares. Esse é o prejuízo estimado que o cibercrime gerou para a economia global em 2017, segundo institutos de pesquisa. O valor é cerca de 34% maior que em 2014, consequência da rapidez com que o cibercriminoso adota novas tecnologias e evolui seus métodos de ataques. Apesar da expectativa de que os investimentos em Segurança da Informação devam alcançar US$ 96 bilhões neste ano, segundo o Gartner, é fundamental que as organizações readaptem suas estratégias para um modelo híbrido, convergente e integrado, a considerar que os ciberataques de hoje são capazes de obstruir negócios, paralisar serviços públicos e colocar a infraestrutura da sociedade e a integridade de indivíduos em risco, já que os mundos físico e lógico são cada vez mais um só.

 

“Empresas, órgãos públicos e cidadãos estão diante de uma nova face do crime”, afirma Valdecy Urquiza, ex-chefe da Interpol no Brasil. Segundo ele, o avanço dos crimes cibernéticos exigiu que a atividade policial viva um período de mudança para atuar nessa nova esfera, afinal, “o cibercrime é uma epidemia virtual, global e silenciosa”, de acordo com suas próprias palavras. É diante desse cenário desafiador, com as fronteiras cada vez mais tênues entre o físico e o lógico, que as organizações devem se atentar para a segurança fim a fim, já que a transformação digital fará com que os crimes reais também migrem para os ambientes virtuais, exigindo delas o mesmo nível de preocupação.

 

Prova disso é que, somente em 2017, diversos exemplos comprovaram que os limites entre o físico e o lógico estão desaparecendo e como uma vulnerabilidade em um desses ambientes pode comprometer a vida de seus usuários. Já no início do ano, cibercriminosos trancaram quartos de um hotel austríaco e exigiram resgate em bitcoin. Posteriormente, outro ciberataque paralisou o aeroporto internacional de Odessa e o metrô de Kiev, ambos na Ucrânia. No Brasil, um tipo de ransomware impediu que diversas consultas fossem realizadas em um hospital de Barretos, no interior de São Paulo. A considerar que, até 2020, o mundo será inundado por mais de 21 bilhões de dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT), organizações públicas e privadas terão de rever o modo como protegem não apenas os dados, mas também seus usuários.

 

Segundo o Gartner, 6% dos 21 bilhões de aparelhos serão usados em aplicações industriais e infraestrutura crítica. Não por acaso, os ataques contra aeroportos, usinas de geração de energia, estádios, serviços governamentais e locais de grande aglomeração de pessoas em geral se tornaram alguns dos alvos preferidos dos cibercriminosos, seja pelo efeito-dominó que geram, pela enorme quantidade de vulnerabilidades encontradas em tais aparelhos ou dificuldade dos líderes de TI em integrar e gerenciar esses novos equipamentos às redes de maneira segura.

 

Ao redor do mundo, as tecnologias de identificação digital, como reconhecimento facial, são exemplos de como a solução integrada pode identificar criminosos de modo eficiente, além de prover um controle de acesso mais ágil e seguro ou mesmo para surpreender clientes com uma nova experiência no Varejo. O sistema garante o gerenciamento de acesso em infraestrutura e aumenta a segurança especialmente onde há um grande fluxo de dados e pessoas. “Independente do segmento, seja no Governo, no mercado empresarial ou no Varejo, as instituições conhecem pouco seus cidadãos e clientes. Essas novas tecnologias também vieram para aproximar”, explica Wagner Coppede, diretor de Soluções e Engenharia da NEC Brasil. Desde a aquisição da Arcon, em 2016, a NEC começou a investir mais em seu portfólio de Segurança Cibernética, especialmente em projetos que oferecem soluções completas de segurança.

 

“Safety sempre foi um dos três principais pilares da NEC e a compra da Arcon veio para complementar o portfólio da companhia”, afirma Rogerio Reis, diretor de Operações da Arcon e Head de Cyber Security da NEC. Segundo o executivo, existem vários exemplos ao redor do mundo de como é possível estruturar um modelo de segurança integrado, preservando tanto a integridade física dos usuários quanto as informações sigilosas.

 

Cidade inteligente é cidade segura

 

Localizada na Grande Buenos Aires, Tigre é famosa pelo turismo local, sendo este seu principal pilar de desenvolvimento econômico. Devido ao grande fluxo de pessoas, a região teve um aumento considerável no número de roubos, acidentes de carros e episódios de violência. Em 2011, o local implantou uma plataforma de segurança pública da NEC para tornar o ambiente mais seguro e melhorar a vida de cidadãos e turistas. O objetivo era centralizar, integrar e consolidar as operações de segurança em um ambiente único a fim de coordenar e otimizar os recursos dos agentes.

 

Cerca de mil câmeras foram instaladas e um novo Centro de Operação foi construído em conjunto com a NEC, pois novos sistemas de automação e detecção de imagens são necessários para melhorar as tarefas dos operadores, dos oficiais de segurança e do sistema legal. “Ao analisar os dados em tempo real e detectar movimentos suspeitos de forma automática, as estatísticas de roubo de veículos diminuíram 80%”, revela Maria Eugenia Ferrari, Secretária de Proteção ao Cidadão de Tigre.

 

O simples fato dos lugares estarem sob vigilância das câmeras inteligentes foi suficiente para reduzir drasticamente os índices de criminalidade no local. Agora, Tigre deseja ser um modelo de cidade segura para a América Latina. “Por isso a importância em ter uma plataforma com sistemas em constante evolução, capaz de criar um ambiente protegido para todos os moradores e turistas”, disse Maria Eugenia.

 

Aeroporto: um organismo vivo

 

Considerado um dos principais hubs da América Latina, o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro tem mais de 17 milhões de passageiros por ano e enfrentou um grande desafio às vésperas dos Jogos Olímpicos, quando passou por um processo de ampliação e renovação das áreas existentes. “Precisávamos da construção de uma rede de dados cabeada e wi-fi, implementação de um sistema de segurança mais moderno e adequado às demandas de um aeroporto internacional e a integração de todos esses novos recursos aos atuais sem interrupção”, descreveu o CIO, Alexandre Villeroy.

 

Segundo o executivo, a escolha pela parceria com a NEC foi baseada no conhecimento de múltiplas disciplinas, capacidade de gestão, integração e implementação de um projeto crítico em um curto espaço de tempo. “A NEC é especializada em integrar tecnologias complexas e implementar projetos críticos. A segurança demanda novas tecnologias constantemente e esperamos contar com ela para novos desafios”.

 

Ao buscar o conceito de Segurança da Informação, nota-se que sua definição abrange uma série de medidas administrativas, tecnológicas e físicas cujo objetivo é preservar a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade do ativo durante todo seu ciclo, da origem ao descarte. Ou seja, a considerar que a Segurança da Informação vai além do campo cibernético, é fato que a sociedade como um todo terá muito a ganhar a partir do momento que a segurança for de fato conectada, integrada e inteligente, possibilitando a fusão do mundo virtual com o real.

 

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