Paradigmas da segurança cibernética em 2021

Em tempos de pandemia, a rotina de muitos profissionais está dividida em videoconferências e demais interações nos canais digitais, junto com esse movimento, o crime organizado é ágil e criativo ao explorar medos, incertezas e dúvidas

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Por Leandro Augusto

 

A pandemia mudou a vida de todos e, para muitas empresas, transformou para sempre os modelos de negócios. Com isso, entre os impactos enfrentados pelas organizações, estão profissionais trabalhando de forma remota, escritórios ainda fechados ou com acesso restrito, cadeias de suprimentos interrompidas e um movimento de forte transição para os canais digitais. Muitas organizações aceleraram a implementação de tecnologias, e se tornaram extremamente dependentes dessas ferramentas e da infraestrutura que apoia esse novo cenário dos negócios.

 

Com o suporte de diferentes tecnologias, a vida de muitos profissionais está dividida em videoconferências e demais interações nos canais digitais. É provável que essa mudança tenha um impacto permanente, pois muitos executivos têm afirmado que devem continuar utilizando essas ferramentas após a pandemia. Junto com esse movimento, o crime organizado é ágil e criativo ao explorar medos, incertezas e dúvidas.

 

Há um aumento no número de ataques digitais, com criminosos passando a explorar o ambiente de trabalho remoto. Isso faz com que o risco de segurança cibernética seja uma das grandes preocupações das empresas atualmente. A maioria dos líderes de negócios, inclusive, entende esse tema como o maior risco para o crescimento organizacional nos próximos três anos.

 

Neste cenário, a segurança cibernética se torna mais pessoal. Ela já é relevante não apenas para a equipe, mas também para executivos em posições de liderança, os quais estão mais conscientes do que nunca sobre a fragilidade de sua infraestrutura digital seja no âmbito profissional ou  pessoal.

 

Trata-se de um cenário que faz com que a maioria dos executivos também indiquem a possibilidade de investirem mais em medidas de segurança de dados, seguidas de perto por tecnologias centradas no cliente, comunicações digitais e inteligência artificial. Ainda assim, o fato é que não se trata apenas de investimento, mas também da abordagem que as organizações devem adotar para a segurança cibernética.

 

À medida que as empresas se tornam digitais, muitas delas, de distintos setores e regiões, percebem que há vantagens competitivas no longo prazo geradas com o uso inteligente e estratégico dos dados, e não mais nos bens físicos, como se acreditava antes. Algumas organizações estão, nesse sentido, estão fortalecendo as práticas de privacidade e governança da segurança da informação seguindo novos paradigmas de proteção e necessidades dos negócios.

 

As organizações mais bem-sucedidas não apenas tratam a segurança cibernética como determinante para o sucesso no futuro, mas também buscam gerar confiança para o consumidor no aspecto cibernético, na proteção dos dados confidenciais e na transparência de sua abordagem e no tratamento dos dados de seus clientes. Essa confiança deve se tornar mais evidente até o fim deste ano e a implementação eficaz da segurança cibernética pode desempenhar um papel crucial na construção desse vínculo em um mundo cada vez mais digital e menos tolerante às falhas que podem afetar diretamente os consumidores e seus dados.

 

*Leandro Augusto, Sócio-líder de Segurança Cibernética da KPMG no Brasil e na América do Sul.

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