Fundador da Huawei nega envolvimento em caso de espionagem cibernética

Em entrevista à BBC, Ren Zhengfei informou que permitir espionagem era um risco que ele não aceitaria. “Se tivermos tais ações, eu fecharei a empresa”

Compartilhar:

A Huawei tem enfrentado nos últimos meses um intenso questionamento de países ocidentais por causa de seu relacionamento com o governo chinês e das alegações de permitir espionagem estatal. Os Estados Unidos estão pedindo que seus aliados não usem tecnologia Huawei e muitos países expressam preocupações de que a tecnologia da empresa chinesa possa ser usada pelos serviços de segurança da China para espionar.

 

No total, são 23 acusações feitas contra a Huawei e a Sra. Weng, divididas em duas linhas pelo Departamento de Justiça dos EUA. A primeira diz que a Huawei escondeu ligações comerciais com o Irã – que está sujeito a sanções comerciais dos EUA. A segunda inclui a acusação de tentativa de roubo de segredos comerciais e espionagem cibernética.

 

Em entrevista à BBC nessa segunda-feira, 18, o fundador Ren Zhengfei, informou que permitir espionagem era um risco que ele não aceitaria. “O governo chinês já disse claramente que não instalará backdoors. E nós também não instalaremos”.

 

Sob a lei chinesa, as empresas são compelidas a “apoiar, cooperar e colaborar no trabalho nacional de inteligência”. Mas a Huawei disse que não dá nada a Pequim, além dos impostos. “Nossa empresa nunca realizará qualquer atividade de espionagem. Se tivermos tais ações, eu fecharei a empresa”, acrescenta Ren Zhengfei.

 

A filha do fundador da empresa, Meng Wanzhou, está presa no Canadá desde o dia 1º de dezembro a pedido dos Estados Unidos e está no centro de um pedido formal de extradição. Na visão de Ren Zhengfei, a prisão teve motivação política. “Primeiramente, eu me oponho ao que os EUA fizeram. Esse tipo de ato politicamente motivado não é aceitável”, disse Zhengfei à BBC.

Durante a entrevista, o executivo informou que não há como os Estados Unidos esmagar os negócios da Huawei, no entanto, ele reconheceu que esse episódio pode causar impactos significativos.

A Austrália, a Nova Zelândia e os EUA já proibiram ou bloquearam a Huawei de fornecer equipamentos para suas futuras redes de banda larga móvel 5G, enquanto o Canadá está analisando se os produtos da empresa representam uma ameaça à segurança.

“O mundo não pode nos deixar porque estamos mais avançados. Se as luzes se apagarem no Ocidente, o Oriente ainda vai brilhar. E se o Norte ficar escuro, ainda há o Sul. A América não representa o mundo. A América representa apenas uma parte do mundo”, finaliza Ren Zhengfei.

Reino Unido

Autoridades de segurança britânicas não apoiam a proibição total da Huawei nas redes nacionais de telecomunicações. Embora nenhuma evidência tenha sido divulgada publicamente e a Huawei tenha negado as alegações, as acusações e a postura de Washington levaram vários países ocidentais a restringirem seu acesso a seus mercados.

“Não somos a favor de uma proibição total. Não é tão simples assim”, disse uma das fontes à Reuters na segunda-feira, depois que o Financial Times publicou que a Grã-Bretanha decidiu que poderia mitigar os riscos de usar equipamentos Huawei em redes 5G.
 

Qualquer decisão para permitir a Huawei de participar da construção de redes 5G será observada de perto por outras nações, por causa da participação da Grã-Bretanha no grupo de compartilhamento de inteligência Five Eyes com os Estados Unidos.
 

Duas fontes disseram que o NCSC não achava necessário barrar completamente a Huawei das redes britânicas, acreditando que poderia continuar gerenciando quaisquer riscos testando os produtos em um laboratório especial supervisionado por funcionários da inteligência.
*Com informações da Agência Reuters

Destaques

Colunas & Blogs

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

Mais de 253 mil senhas são disponibilizadas na deep e na dark web no primeiro trimestre

Estudo feito pelo SafeLabs para o Dia Mundial da Senha revela que os dados que deveriam ser sigilosos continuam à...
Security Report | Overview

Práticas de higiene digital das senhas precisam ser revistas, aponta laboratório de ameaças

Especialistas da Check Point Software defendem práticas de senhas fortes para proteger os usuários contra ameaças cibernéticas...
Security Report | Overview

Brasil sofreu 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2023

De acordo com os dados sintetizados pelo FortiGuard Lab, embora a taxa seja inferior ao registrado em 2022, a tendência...
Security Report | Overview

Itaú Unibanco combate golpe do 0800 com proteção dos usuários

Desenvolvida pela DialMyApp, a tecnologia identifica e exibe um aviso na tela do celular do usuário e interrompe imediatamente a...