A diversidade dentro das organizações se tornou um debate global e diversas áreas de atuação e não seria diferente no setor de Segurança da Informação. Para muitos líderes de SI, essa diversidade pode ser a grande solução do GAP de mão de obra. Apesar do movimento existente, ainda é algo muito pequeno e que requer cada vez mais a união desse mercado e de grandes lideranças.
Um levantamento recente sobre o assunto aponta que empresas que buscam contratar profissionais acima de 50 anos, mulheres e negros atingem maiores índices de retenção e são mais empáticas. No caso das equipes 50+, o resultado vai além, mostrando que uma equipe mais sênior pode ser menos vulnerável ao aliciamento e à engenharia social.
Apesar do caminho desafiador, lideranças do mercado de SI já se movimentam em prol da diversidade e inclusão em suas equipes. É o caso da Márcia Tosta, CISO na Petrobrás, Fernanda Vaqueiro, CISO na V.Tal e Juliana Pivari, Gerente de Segurança da Informação no Grupo Cimed, executivas que marcaram presença em um dos painéis de debates sobre o tema promovido durante a 13ª edição do Congresso Security Leaders, em São Paulo.
Márcia Tosta lembra que, anos atrás, havia poucas mulheres atuando em Cyber, mas o cenário atual vem mudando, em sua equipe na Petrobrás, por exemplo, 14% são mulheres. Para ela, a diversidade em Segurança vai além, pois existe uma grande amplitude de profissionais como negros, PcDs, LGBTQIA+ e 50+ atuando nesse segmento. Márcia chama atenção também pelo interesse de muitos jovens em embarcar no mercado de cyber.
“Nosso papel como líderes é passar nossos conhecimentos de uma maneira leve, clara e transparente para esses novos profissionais, até mesmo para que eles não cometam os mesmos erros e não passem pelas dificuldades. Estamos começando essa batalha agora e prevejo sucesso em um futuro muito próximo”, pontua a CISO da Petrobrás.
Na visão da Juliana Pivari, a inexistência do tema de Segurança da Informação nas escolas e nas universidades também é um aspecto de desafio. “Essa escassez de conteúdo dificulta o trabalho de disseminação dessa disciplina entre os profissionais, precisamos falar mais de todas as possibilidades, cores e sabores dentro desse segmento”, explica a executiva.
Recentemente, Juliana assumiu um novo desafio em sua trajetória profissional na área de Segurança no Grupo Cimed. Ela comenta que em seu time, 60% são mulheres, o que já é um grande motivo de comemoração, mas que pretende ir cada vez mais longe com objetivo de quebrar quaisquer tipos de barreiras. Uma das iniciativas foi levar o tema junto ao RH da organização.
Fernanda Vaqueiro, CISO na V.Tal, também marcou presença no debate. Ela dividiu a mediação do painel ao lado da Diretora Executiva do Security Leaders, Graça Sermoud, e ressalta que o GAP é gigante, entretanto, há oportunidades e chances de todos construírem um mercado com mais diversidade.
A executiva compartilha ainda que teve ótimas experiências em todas as empresas que atuou ao longo da trajetória profissional. “Porque não eram organizações que limitavam o crescimento feminino. É preciso aproveitar que o assunto está em alta e seguir diversificando os times de Segurança”, completa.
Para ela, o papel das lideranças femininas atualmente em Cyber é muito importante para que outras mulheres possam se inspirar e ver o quanto é possível alcançar grandes patamares. “Estamos em um caminhando de evolução. Se compararmos com 10 anos atrás, a gente não conseguia criar um painel de mulheres como esse. Claro que temos um longo caminho para percorrer, mas estamos evoluindo bem”, conclui.
O painel de debates rendeu grandes insights, incentivos e principalmente a vontade de promover cada vez mais a diversidade e inclusão dentro dos times de Segurança Cibernética. O conteúdo completo pode ser conferido no canal da TVSecurity no Youtube.
Juliana Pivari também falou mais sobre o assunto em entrevista concedida à Diretora Executiva do Security Leaders, Graça Sermoud na TVSecurity. A executiva destacou a importância e as vantagens de expandir a visão de mercado da Tecnologia como um todo para a participação das mulheres. Para ela, esse perfil de profissional tem excelentes habilidades para lidar com os novos desafios em Cibersegurança. A seguir, veja a entrevista completa na íntegra.