por Denis Furtado*
As violações de dados e os ataques cibernéticos representam uma ameaça cada vez mais séria para empresas de todos os tamanhos, mas são as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que muitas vezes se encontram na linha de frente dessas batalhas virtuais.
No Brasil, assim como em muitos outros países, as PMEs enfrentam desafios únicos quando se trata de proteger seus ativos digitais e dados confidenciais. Mas por que essas organizações são tão atrativas?
Orçamentos limitados e prioridades divergentes
Uma das principais razões pelas quais as PMEs são alvos tão frequentes de ataques cibernéticos é a sua limitação em investir quantias significativas em infraestrutura de segurança.
Segundo uma pesquisa da Serasa Experian, em 2023 apenas 23% das PMEs brasileiras investiram em segurança cibernética. Essa falta de priorização as coloca em uma desvantagem significativa em relação aos hackers, que frequentemente exploram brechas de segurança com facilidade.
Enquanto grandes corporações podem alocar recursos consideráveis para proteger suas redes e dados, as pequenas e médias muitas vezes enfrentam restrições orçamentárias significativas. E o resultado são protocolos de segurança subdesenvolvidos ou negligenciados.
Facilidade de ataque e baixo risco para os hackers
Além dos orçamentos limitados, as PMEs são frequentemente vistas como alvos de baixo risco para os hackers. Enquanto grandes empresas são capazes de contar com medidas de segurança sofisticadas, as pequenas e médias são percebidas como menos capazes de se defender com eficácia. Isso cria um ambiente propício para atividades criminosas, como ransomware e phishing, que podem causar danos significativos.
Os hackers percebem as PMEs como alvos lucrativos, pois muitas vezes possuem dados valiosos e sistemas de segurança menos robustos. É um ciclo perigoso em que as PMEs continuam sendo alvos prioritários para os cibercriminosos, multiplicando a vulnerabilidade do setor como um todo.
Senhas que são descobertas facilmente
A falta de conhecimento em segurança cibernética entre os funcionários das PMEs é um grande desafio, levando muitos a escolher senhas simples e fáceis de serem descobertas.
Essas senhas, muitas vezes baseadas em informações pessoais facilmente encontradas nas redes sociais, representam um risco significativo de segurança. Além disso, a falta de conscientização sobre ataques de phishing torna os funcionários mais suscetíveis a clicarem em links maliciosos ou fornecerem informações sensíveis, facilitando a entrada de malware e comprometendo ainda mais a segurança da empresa.
Proteger contra o cibercrime
Mas como então agir contra o cibercrime? O primeiro passo é adotar uma abordagem proativa para a segurança cibernética. A partir da adoção das estratégias certas, as PMEs podem proteger seus ativos digitais e garantir a continuidade de seus negócios em um mundo cada vez mais digitalizado e interconectado.
Uma das medidas mais eficazes é investir em educação e conscientização. Capacitar os colaboradores para reconhecer e responder a ameaças cibernéticas pode ajudar a mitigar o risco de ataques.
Além disso, a promoção de uma cultura de segurança cibernética dentro da organização é capaz de incentivar a adoção de melhores práticas de segurança em todos os níveis.
E, embora as PMEs possam enfrentar restrições orçamentárias, estão disponíveis soluções tecnológicas acessíveis e eficazes, como as Plataformas de Centros de Operações de Segurança (SOCs).
Elas oferecem uma abordagem abrangente, fornecendo detecção proativa de ameaças, gerenciamento de segurança e serviços de resposta a ataques. Ao investir em soluções como essas, as PMEs podem fortalecer suas defesas cibernéticas sem comprometer significativamente seus recursos financeiros.
Lembre-se: Investir em segurança cibernética é um movimento essencial para a proteção da sua empresa!
*Denis Furtado é engenheiro de sistemas e diretor da Smart Solutions