Polícia Federal apura incidente de DDoS contra deputados federais

As autoridades deflagraram nessa terça-feira a operação Intolerans, com vistas a fechar o cerco contra suspeitos de atacar sites institucionais de parlamentares do PL apoiadores do Projeto de Lei Antiaborto. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba e São Paulo, com apoio de parceiros estrangeiros em cooperação internacional

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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (02) a Operação “Intolerans”, que visa investigar os ciberataques de DDoS (Distributed Denial of Service) contra os sites institucionais de deputados do Partido Liberal. Até o momento, foram cumpridos mandados de Busca e Apreensão nas capitais de Curitiba (PR) e São Paulo (SP), movidos pelas autoridades locais e com o auxílio de parceiros estrangeiros em cooperação internacional.

 

Por meio de nota oficial, a PF reforçou que a ação tem o objetivo de investigar os ciberataques de negação de serviço praticados contra parlamentares que apoiaram o Projeto de Lei nº 1904/2024, chamado também de PL Antiaborto. O comunicado da Polícia não traz informações sobre supostos envolvidos nos ataques, mas alerta que o processo de investigação e identificação continua em andamento.

 

“As investigações identificaram que diversos sites de deputados federais foram alvo de ataques coordenados, resultando em instabilidade e períodos de indisponibilidade, afetando a comunicação institucional e a atuação legislativa”, acrescenta o posicionamento da PF.

 

Estes incidentes ocorreram em junho do ano passado, quando os portais oficiais dos deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram retirados do ar devido às instabilidades geradas pelo cibercrime. No caso do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o conteúdo chegou a ser removido para dar lugar a um post da conta oficial do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) no X.

 

De acordo com O GLOBO, à época, uma conta anônima no X teria assumido a autoria do ataque coordenado, dizendo que o ato hacktivista se devia ao apoio oferecido por esses políticos ao projeto de lei 1904/2024, chamada de “Lei do Aborto” e que equipara a interrupção premeditada da gestação após 22 semanas ao crime de homicídio. A mensagem expõe a lista de portais alvos do ataque direcionado, com a mensagem: “Está Proibido ter site se você pertence bancada do estupro”.

 

Neste ano, diversas organizações públicas e privadas do Brasil sofreram com uma onda considerável de ataques DDoS movidas por um agente de ameaças autodenominado Azrael. Organizações como o Superior Tribunal de Justiça (STJ); do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3); da GRU Airport, gestora do Aeroporto Internacional de Guarulhos; e da Marinha e Força Aérea brasileiras foram atingidos nesses incidentes.

 

Devido a esses incidentes, a Polícia Federal deflagrou a operação Timeout para desarticular uma organização suspeito de coordenar esses ataques. As autoridades cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e dos de prisão temporária contra suspeitos localizados em São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Apurações da CNN Brasil e do Portal G1 informaram na época que os alvos da operação Timeout seriam membros do grupo cibercriminoso Azael.

 

A Security Report disponibiliza na íntegra a nota oficial da Polícia Federal sobre o caso:

 

“A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (02/12), a Operação Intolerans, com o objetivo de reprimir e esclarecer ataques cibernéticos do tipo negação de serviço (DDoS) praticados contra parlamentares federais que manifestaram apoio ao Projeto de Lei nº 1904/2024, conhecido como PL Antiaborto.

 

As investigações identificaram que diversos sites de deputados federais foram alvo de ataques coordenados, resultando em instabilidade e períodos de indisponibilidade, afetando a comunicação institucional e a atuação legislativa.

 

Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra suspeitos localizados em São Paulo/SP e Curitiba/PR. A ação contou com o apoio de parceiros estrangeiros por meio de cooperação jurídica internacional.

 

A Polícia Federal prossegue com as investigações para identificar todos os envolvidos e assegurar a responsabilização dos autores dos ataques.”

 

*Com informações do jornal O GLOBO, do Portal G1 e do Poder360.

 

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