Novas diretrizes da CISA impulsionam a era das senhas fortes

Exigências da Cyber and Infrastructure Security Agency por fatores de autenticação mais robustos tem como objetivo elevar níveis padronizados de gestão de acesso. De acordo com líderes da comunidade Security Leaders, CISOs brasileiros devem priorizar a gestão desses controles, revisando políticas internas e formando cultura de Segurança

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A Cyber and Infrastructure Security Agency (CISA) instou as empresas da indústria de Segurança da Informação a avançarem rapidamente na eliminação da gestão de acessos por meio de senhas padronizadas. A demanda surge em resposta ao incidente cibernético contra a Autoridade Municipal de Águas da cidade de Aliquippa, Pensilvânia, e oferece novos rumos para a gestão de acesso em soluções de segurança.

 

Nesse contexto, a ampliação dos recursos de proteção de acessos das ferramentas com mais fatores de autenticação permanece uma das prioridades para as empresas que atuam com infraestrutura crítica. De acordo com a Head de Cibersegurança, Cristiane Dias, senhas padronizadas de fornecedores representam um risco significativo ao possibilitar acesso não autorizado a sistemas críticos. Portanto, é imperativo garantir integralmente outros tipos de controle de tráfego de usuários.

 

“O alerta da CISA destaca ameaças específicas enfrentadas pelo setor de água e esgoto, exigindo a atenção imediata das organizações para fortalecer suas posturas de segurança. Isso implica na revisão das medidas de proteção, implementando as recomendações do órgão para mitigar os riscos e criar um senso de colaboração com empresas do segmento para padronizar as adequações impostas”, explica Cristiane em entrevista à Security Report.

 

A executiva reforça que, assim como no cenário norte-americano, a vertical de Infraestrutura Crítica no Brasil está sujeita a riscos similares, especialmente devido à natureza interconectada das organizações de serviços essenciais e à evolução das ameaças no ciberespaço. No entanto, a deficiência nacional de órgãos regulatórios efetivos, como a CISA, dificulta a disseminação uniforme de demandas como essa, com empresas globalizadas saindo na frente em relação a essas adaptações mais rígidas.

 

O contexto de uso de soluções de Segurança da Informação em setores com amplo uso de tecnologias IoT é vital para garantir a resiliência contra ameaças cibernéticas no país. O CISO da Vale, Rui Borges, alerta para a necessidade de atuar mais fortemente na gestão de vulnerabilidades, um desafio que cresceu visivelmente devido aos equipamentos utilizados e ao próprio ambiente digital da Infraestrutura Crítica, ainda muito dependente de equipamentos legados.

 

“Muitas soluções disponíveis no mercado se propõem a reduzir o trabalho do CISO, mas a simples contratação de um produto não garante isso. Ainda precisamos priorizar, investir, treinar nossos times e seguir em um longo processo de reajuste para a ferramenta atingir todo o potencial. Deixar esses recursos operando no ‘piloto automático’ é um risco para qualquer profissional de Cibersegurança, pois é necessário bastante tempo até se achar a configuração ideal”, afirmou Borges.

 

O Futuro da Gestão de Acessos

 

As recomendações oferecidas pela CISA também podem orientar a adoção de métodos mais avançados de autenticação, como biometria, tokenização e gerenciamento de identidade mais robusto. Dessa forma, na visão de Cristiane Dias, a substituição gradual de senhas por autenticações mais fortes se torna uma possibilidade nos ambientes aptos a receberem essas mudanças, impulsionada por avanços tecnológicos e crescente conscientização em Cibersegurança.

 

Portanto, será essencial aos líderes de Segurança da Informação priorizarem a implementação de medidas avançadas de proteção, como autenticações multifatoriais, educação contínua dos usuários sobre práticas seguras e a revisão regular das políticas internas sobre o tema. Em casos de ambientes legados e com dificuldades de proteção, Cristiane recomenda aplicar conceitos de segregação para isolar sistemas mais frágeis e reduzir sua exposição.

 

“Essa estratégia conta com diversas necessidades adicionais, como criar bloqueios físicos e lógicos, além de incentivar a proteção proativa e a detecção de ameaças. Em suma, não se deve deixar de lado as iniciativas de investimentos contínuos, treinamento adequado e compreensão aprofundada das ameaças como pontos cruciais para garantir a proteção efetiva desses sistemas vitais”, afirmou.

 

Rui Borges ainda ressaltou a necessidade de ampliar a cultura de Cibersegurança, especialmente na alta gestão corporativa, visando oferecer todo o suporte para a SI garantir o pleno funcionamento de seus dispositivos. “Ou seja, havendo mais maturidade dos executivos em relação ao tema, também haverá mais investimentos e priorização dos projetos de gestão de acesso, autenticação multifatorial, entre outros, pois a tecnologia já existe no mercado”, arrematou ele.

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