Identidade virou o novo perímetro

Na visão de Max Tremp, diretor de Engenharia da Cisco América Latina, empresas, indústria e provedores estão trabalhando para um futuro livre de passwords. Neste mundo sem senhas, biometria, autenticação de duplo fator e Zero Trust são opções para tornar os ambientes mais seguros

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“O perímetro que precisamos proteger é a identidade”, enfatizou Max Tremp, diretor de Engenharia da Cisco América Latina, durante coletiva de imprensa realizada hoje (19) para jornalistas da região. O executivo apresentou tendências para 2021, nas quais a Segurança da Informação segue em destaque.

 

Na visão de Max Tremp, 2020 entrou para a história da Tecnologia e Segurança. Um ano que colocou o mundo à prova, exigindo de empresas, governos e cidadãos rápida adaptação ao universo digital. Cenário que mobiliza novas estratégias, uma visão mais ampla sobre a identidade do usuário e como ele acessa informações sensíveis.

 

Para o executivo, o perímetro da empresa está perdido, o novo perímetro é a identidade. “Estamos no mundo dos sensores, da Internet das Coisas, das aplicações em nuvem e da Segurança. Tanto plataformas como grupos de indústria e provedores de segurança estão trabalhando para um futuro livre de passwords, onde as tecnologias biométricas terão um papel fundamental”, acrescenta.

 

O mundo passwordless é uma tendência que a Cisco defende e Max Tremp destacou que não só a biometria pode ser uma opção, mas também autenticação de duplo fator e melhor gestão das identidades.

 

As tecnologias de Zero Trust, que consiste no conceito de não confiar em nada nem em ninguém, assim como no SASE, uma arquitetura onde a rede (SD-WAN) converge com a nuvem e segurança, também estão na lista de tendências destacadas pelo diretor da Cisco.

 

“As organizações terão que trabalhar para mudar a Segurança, quebrar paradigmas e resguardar a privacidade dos dados. A sofisticação dos ciberataques tornou tudo mais complexo, por isso esses novos conceitos podem ajudar as empresas a contarem com tecnologias inclusivas, seguras e automatizadas”, completa.

 

Apostas para 2021

 

O novo estudo “Tech Trends: 2021 and Beyond”, apresentado por Max Tremp durante a coletiva, traz as perspectivas e apostas da Cisco para 2021. O levantamento reúne os insights de mais de 23 mil CIOs e profissionais de TI no mundo (incluindo Brasil entre os países da América Latina pesquisados).

 

Além da identidade e um futuro sem passwords, o executivo trouxe outras cinco tendências:

 

1.Diminuir o gap digital

 

Tecnologias como 5G e Wi-Fi 6 se tornam mais relevantes, pois possibilitam levar banda larga para locais mais afastados. Mesmo com alguns pilotos de 5G na região, ainda falta aproveitar melhor o 4G e a evolução para o 5G será progressiva para os próximos anos.

 

Por outro lado, o Wi-Fi 6 já está disponível no mercado e se ajusta melhor para fábricas, estádios, centros de convenções, hot spots etc. Para ampliar sua cobertura, é necessário abrir a banda de 6 Ghz. “No continente, Estados Unidos e Chile já liberaram o espectro, enquanto que Argentina, Brasil, Canadá, Costa Rica, Colômbia, México e Peru estão em processo de consulta e esperamos que tomem suas resoluções nos próximos meses”, explica.

 

2.Promover a experiência com sensores

 

Embora os sensores digitais estejam sendo utilizados há muito tempo na manufatura e outras indústrias, a proliferação de sensores mais próximos ao usuário em celulares, computadores, wearables, câmeras etc, é inegável.

 

Segundo o levantamento Cisco Global Workforce Survey, 96% das empresas podem prover um melhor ambiente de trabalho utilizando tecnologia para espaços de trabalho inteligentes.

 

“Para quem está voltando aos escritórios, análises baseadas em dados de sensores nos ajudarão a ter ambientes mais seguros, saudáveis e produtivos. Câmeras com analíticos permitirão colocar barreiras sanitárias, combinando-os com serviços de localização wireless e plataformas de colaboração.”

 

3.Aplicações habilitadas com agilidade e resiliência

 

Tanto empregados como clientes tornaram-se mais móveis e remotos. Isso cria uma necessidade de entender os dados e os negócios. “Veremos então uma adoção de tecnologias com inteligência artificial que ajudam a passar do monitoramento tradicional para a correlação de dados e métricas de negócios a fim de manter aplicativos ágeis.”

 

4.Da experiência do cliente ao entusiasmo pela marca

 

Em um mundo onde a aplicação da concorrência está a apenas um clique de distância, todos desejam uma tecnologia perfeita. Os aplicativos mais avançados possibilitam um relacionamento mais pessoal e com melhores tempos de atendimento. Isso requer a capacidade de converter montanhas de informações de tempo real provenientes da rede, em informações acionáveis em tempo recorde.

 

As empresas que alcançam esses recursos irão até mesmo passar da automação para ações proativas que surpreendem seus clientes com soluções antes que os problemas ocorram. É essa combinação de personalização inteligente e imersiva que transformará a experiência de satisfação do cliente em um relacionamento profundo, ativo, estimulante e, acima de tudo, leal.

 

5.Modelos de consumo

 

Por muito tempo havia uma única forma de consumir tecnologia: comprava-se o set completo de funcionalidades do software sem se importar se utilizava 90% ou 2%. Este modelo tem evoluído, especialmente com software as a service que habilita as organizações a pagar pelas capacidades e funcionalidades que necessitam atualmente, com possibilidade de facilmente escalar a pacotes mais completos com grande agilidade e em demanda.

 

Sem se importar se usa um modelo on premises ou na nuvem, cada dia há opções mais flexíveis de licenças por serviço, contratos empresariais “pay-as-you-consume” e você não fica preso em licenças perpétuas em modelo de capex.

 

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