Walter Delgatti Neto, hacker responsável pelos vazamentos da Vaza Jato, voltou a ser preso preventivamente na última quarta-feira (2) pela Polícia Federal. Neste novo caso, as autoridades investigam uma invasão cibernética contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio de credenciais falsas obtidas pelo cibercriminoso ilicitamente.
A Operação, batizada de “3FA”, cumpriu ainda outros cinco mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo e em Brasília. A PF informou em nota que os crimes se deram entre 4 e 6 de janeiro deste ano, quando foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais do país 11 alvarás falsos de soltura para diversos detidos e um mandado de prisão contra o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“As inserções fraudulentas ocorreram após invasão criminosa aos sistemas em questão, com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita, conduta mediante a qual o(s) criminoso(s) passaram a ter controle remoto dos sistemas. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica”, segue o comunicado.
É a segunda vez que Delgatti é detido pela Polícia por envolvimento no caso. Na primeira vez, ainda em junho, o hacker havia descumprido as ordens de restrições judiciais impostas pelas investigações. Ele estava solto desde o começo de julho, com uso de tornozeleira eletrônica, até ser novamente encarcerado essa semana.
Em depoimentos prestados enquanto esteve detido, Delgatti informou à polícia ter agido sob comando da deputada federal Carla Zambelli (PL), sendo orientado à, primeiro, tentar invadir os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou o celular do Ministro Moraes, ambos sem sucesso. Depois disso, teria sido acertada a invasão do CNJ e a publicação ilícita do mandado de prisão do juiz, redigido pela própria deputada, segundo o hacker.
Diante dessas informações, endereços de Zambelli foram colocados entre os alvos dos mandados busca. Além disso, ela teve celulares, passaportes e armas apreendidos e o sigilo bancário quebrado. As autoridades esperam que a deputada federal preste depoimento na próxima segunda feira (7).
Segundo informou o portal G1, a Polícia federal identificou duas transferências enviadas à Delgatti antes e depois da invasão ao CNJ, somando R$13,5 mil. Os depósitos foram efetivados via PIX por dois assessores da parlamentar.
Ainda segundo o site de notícias, após os cumprimentos dos mandados, Carla Zambelli negou ter pagado Delgatti para invadir os sistemas de Justiça. Segundo ela, as transferências encontradas eram relativas aos serviços prestados no site pessoal dela.
“Os pagamentos foram sempre relacionados ao site, para ele fazer melhorias nele, fazer firewall e conectar com as minhas redes sociais . Ele próprio disse à vocês que não conseguiu realizar essa tarefa. Tenho certeza de que, ao final das investigações, a minha inocência vai ser provada e estou muito tranquila em relação a isso”, afirmou Carla.
*Com informações do portal G1 de da Agência Brasil.