Gestão do risco cibernético, o coração da resiliência em Segurança

Avanço e sofisticação de ciberataque demandam uma nova estratégia de proteção, contemplando pontos relevantes como entender o business, analisar e priorizar os riscos mais relevantes, ampliar a visibilidade e criar capacidade de comunicação com a diretoria

Compartilhar:

As lideranças globais já alertaram no início desse ano que riscos cibernéticos agora são riscos de negócio. O Fórum Econômico Mundial chama atenção para a necessidade do fortalecimento de medidas de proteção do ciberespaço e reforça que, hoje, existe uma falha de Segurança Cibernética afetando organizações em todo mundo, impactando a confiança e o crescimento econômico.

 

O risco cibernético está entre os dez que mais cresceram durante a pandemia e isso chamou muito a atenção dos decisores e líderes empresariais. Na visão de Arthur Capella, country manager da Tenable no Brasil, o lado bom desse cenário crítico é a abertura de diálogo entre os times de Segurança e de business. “O principal GAP da Cybersecurity é melhorar a comunicação entre essas lideranças, todos precisam falar a mesma língua a fim de aumentar a resiliência e maturidade em SI”, pontua o executivo durante entrevista à Security Report.

 

Como a pandemia forçou uma aproximação dessas áreas, Capella enxerga uma redução desse GAP no diálogo, mas acredita que os CISOs ainda precisam atravessar um longo caminho para garantir a resiliência cibernética. E essa jornada está pautada no risco, pois não é uma disciplina apenas técnica, mas diz respeito ao negócio. “Por isso os times devem se aproximar cada vez mais e atuar em conjunto, elevando a qualidade do discurso. A gestão do risco está no coração das empresas e essa colaboração entre equipes exige um esforço dos dois lados”, completa o executivo.

 

Priorização

 

O Report Threat Landscape 2021 da Tenable, uma retrospectiva do cenário de ameaças elaborado pelos pesquisadores da companhia, reportou dezenas de milhares de vulnerabilidades em uma variedade de produtos usados ​​para o negócio. De 2016 a 2021, o número de CVEs reportados aumentou a uma taxa média de crescimento anual de 28,3%. Os 21.957 CVEs reportados em 2021 representam um aumento de 19,6% sobre os 18.358 reportados em 2020 e um aumento de 241% sobre os 6.447 divulgados em 2016.

 

E o ransomware teve um impacto devastador nas organizações em 2021, pois aproximadamente 38% de todas as violações analisadas pelos pesquisadores foram resultado de um ataque de ransomware. Dezenas de grupos como REvil, Conti, DarkSide, entre outros, dominaram as manchetes em todo mundo e a tendência para esse ano é de mais estragos em uma ampla gama de indústrias.

 

Neste cenário, Capella reforça a importância da priorização. Hoje, o CISO lida com um momento extremamente complexo, com a visibilidade dos ambientes prejudicada pela ampla superfície de ataques, além da pressão do negócio demandando agilidade no desenvolvimento de aplicações. “Saber priorizar e entender o que é mais impactante para o negócio tem a ver com a maturidade em Cybersecurity”, completa.

 

Ele lista quatro passos importantes para os times de Segurança seguirem firmes na jornada de resiliência cibernética:

 

1.Entender o business da empresa, criando um canal amplo de comunicação com executivos decisores do negócio;

 

2.Ampliar a visibilidade da superfície de ataques cibernéticos;

 

3.Analisar os riscos e focar na proteção baseada nos riscos de maior impacto, priorizando o que é mais importante para o negócio;

 

4.Criar a capacidade de comunicação, mostrando resultados para a diretoria e retroalimentando toda essa cadeia. “Quando o board enxerga valor na Segurança e nos resultados que ela proporciona, os investimentos são ampliados e todos ganham, principalmente o negócio”, reforça Arthur Capella.

 

Em termos de ferramentas, o executivo sugere que, para estar preparados para fazer o correto mapeamento e gestão das possíveis vulnerabilidades, o ideal é o CISO contar com arquiteturas Zero Trust. Além de plataformas que ajudem na visibilidade do ambiente e na priorização. “Dentre as tendências em cibersegurança que temos mapeado para 2022 e seguirão para os próximos anos, eu destaco àquelas que envolvem tecnologias como Cloud, 5G, IaC, IoT e Active Directory. Tivemos um ano muito bom no Brasil e ótimas expectativas para ampliar nossa operação neste ano, trazendo novidades e tecnologias para nossos clientes”, finaliza.

 

Conteúdos Relacionados

Security Report | Destaques

Cisco emite esclarecimento sobre suposto vazamento de dados

Publicações apontando um possível vazamento de dados anunciado em um fórum na Dark Web circularam durante essa semana. Em nota,...
Security Report | Destaques

Regulação da IA: CISOs e operadores do direito analisam Projeto de Lei

O Senado Federal aprovou a lei em plenário neste mês de dezembro, avançando com a possibilidade de estabelecer normas mais...
Security Report | Destaques

CISO no Board: o desafio de comunicar a linguagem da SI ao negócio

Como líderes de Cibersegurança podem ajustar seu discurso para estabelecer uma ponte efetiva com os conselheiros e influenciar decisões estratégicas
Security Report | Destaques

Unidas Aluguel de Carros identifica tentativa de invasão aos sistemas

Registros de que a companhia havia sido atacada por um ransomware começaram a circular nesta semana, quando grupos de monitoramento...