Na visão de Luiz Humberto Sucupira, Gerente Executivo de Segurança da Informação e Cibernética no Banco do Nordeste do Brasil, um dos grandes problemas do mercado de Segurança da Informação é entender sua importância para a expansão de valor do negócio. E isso está profundamente ligado à gestão de pessoas.
Com isso, se torna essencial aos CISOs 5.0, em parceria com a empresa, que se crie as condições para as equipes se tornarem cada vez mais eficazes através do cuidado com esses profissionais. Isso implica gerar motivadores para gerar equipes mais estáveis; criem perspectivas; participem dos processos; e não sejam apenas mais um elemento dentro da cadeia.
“O que faz a diferença são os membros das nossas equipes. São equipes que pensam diferente. Todo o dia temos incidentes, mas qual é a perspectiva? O que o seu negócio tem oferecido à essas equipes para se inspirarem, se motivarem, mudarem, e não pensarem em trocar a sua empresa pela outra? Nem tudo se resume à dinheiro, portanto valorize o capital humano, treine e forme pessoas, remunere bem”, disse Sucupira, em palestra durante o Security Leaders Fortaleza.
“É nesse ponto que eu, gestor de Segurança, tenho que me preocupar com as estratégias traçadas, e com a forma como me comunico com meus superiores. Essas estratégias vão dar à minha equipe visão de futuro e capacidade de planejar e atuar conforme esses direcionamentos. Todos os dias temos problemas, incidentes, alguém cobrando alguma coisa. Vale a pena deixar a minha equipe apenas nesse ritmo? É justo? Que ser humano vive sem perspectiva? Sem saber o que virá no planejamento futuro?” continuou.
Para ilustrar também o risco à saúde dos funcionários das equipes de SI como uma questão de mercado, Sucupira relembrou de outra palestra apresentada no Security Leaders Nacional pelo Gerente de Segurança da Informação do Hospital Sírio Libanês, Leandro Ribeiro. Ali foi apresentado que 36% dos profissionais de SI disseram ao menos conhecer alguém que tenha se afastado da atividade devido a enorme carga de trabalho e efeitos de síndrome de Burnout.
“Esse assunto é muito complicado, mas fundamental. É muito feliz trazer o assunto de saúde para a discussão, pois é uma preocupação que temos com todos os profissionais da área de SI. Podemos trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Mas hoje durmo tranquilo porque aprendemos como instituição e como profissionais a implementar cada um daqueles pontos para gerar motivação. Também aprendemos a acreditar em cada um dos membros da nossa equipe”.
O líder de SI acrescentou sobre a necessidade de personalizar a forma como cada um dos membros da equipe atua em favor dos objetivos da companhia, sem considerar padrões uniformizados. Isso é importante pois, segundo ele, quando se nivela a todos igualmente, alguém acaba desprivilegiado, transformando essa pessoa num problema ou até num ponto vulnerável.
Com isso, ele ressaltou o trabalho feito no Banco do Nordeste de ampliar a capacitação de funcionários jovens, de forma a prepará-los ao mercado de Cibersegurança e transformar a companhia em uma referência para aqueles que começam na atividade.
“Podemos trabalhar essas pessoas de forma que eu consiga gerar profissionais de excelência no mercado, cujas referências são ‘trabalhei, aprendi e me desenvolvi no Banco do Nordeste, e hoje devo minha profissionalização ao que aprendi lá. Desse primeiro, virá outro, e mais outro, até você virar a referência para treinar e se capacitar”, conclui Sucupira.