Ecossistema inseguro e IA colocam em xeque a Cibersegurança, diz o Fórum Econômico

Relatório Global Cybersecurity Outlook, publicado nesta semana pelo Fórum Econômico Mundial, alerta que a crescente dependência de fornecedores e parceiros, combinada com riscos em tecnologias emergentes como a IA, ampliará a complexidade e os desafios para os CISOs em 2025

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O Fórum Econômico Mundial publicou nesta semana as edições do Global Cybersecurity Outlook e do Global Risk Report de 2025, à esteira da abertura da reunião anual do WEF em Davos, na Suíça. O relatório focado em Cibersegurança ressaltou que o aumento das vulnerabilidades expostas em cadeias de suprimentos e a chegada de novas tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, tendem a ampliar o aumento da complexidade do ciberespaço global.

 

De acordo com o relatório, 54% dos representantes corporativos consultados em todo o mundo, inclusive na América Latina, identificaram as cadeias de suprimentos de Cyber Security como maior obstáculo à resiliência cibernética. Considerando como a rede de parcerias no departamento de SI se tornou interdependente, as empresas estão ainda mais suscetíveis a impactos maiores caso haja algum incidente.

 

O crescimento da interdependência digital significa que vulnerabilidades em fornecedores de software e infraestrutura podem rapidamente escalar para falhas sistêmicas. O caso da Crowdstrike sublinhou como uma falha em um único fornecedor pode reverberar em todo o ecossistema.

 

Para o WEF, essa realidade demanda uma ostensiva reavaliação das estratégias organizacionais de Cibersegurança, de modo a endereçar a complexidade já inerente ao ambiente digital contemporâneo. Isso inclui não apenas compreender a SI como um fator determinante no negócio, como também um tema a ser tratado de forma coordenada por governos e companhias em todo o mundo.

 

“O espaço cibernético está mais complexo e desafiador do que nunca devido aos rápidos avanços tecnológicos, à crescente sofisticação dos criminosos e às cadeias de suprimentos profundamente interconectadas. Essa realidade demandará uma reação mais coordenada das organizações públicas e privadas, visto que o impacto em um ponto da rede afetará invariavelmente os outros”, afirmou Jeremy Jurgens, Managing Director do Fórum.

 

Além disso, as tecnologias emergentes tendem a impor novos desafios ao monitoramento da superfície de ataque. Isso porque muitas delas foram largamente implementadas nas corporações sem processos adequados de Segurança. Um exemplo são as ferramentas de IA, vistas como as de maior impacto nas empresas para 66% dos executivos consultados pelo WEF, mas apenas 37% tiveram processos estabelecidos antes de serem implementados.

 

O relatório aponta ainda que o aumento da complexidade deve gerar diversos impactos nas estratégias de SI. O mais importante deles é acentuar a desigualdade cibernética entre as corporações. Essa desigualdade foi apontada no relatório de 2024 como a grande ameaça do ano.

 

Mudanças entre os riscos globais

O Fórum Econômico Mundial também publicou o Relatório de Riscos Globais de 2025, com mudanças importantes no que tange a tecnologia. Diferentemente da edição anterior, a desinformação se tornou o quarto maior risco global do ano, enquanto o tópico “Cyber Insegurança” foi renomeado para “Ciberespionagem e Ciberguerra”. Com isso, os temas relacionados ao cibercrime foram aglutinados em “Atividades econômicas ilícitas e criminosas”.

 

Com essas atualizações, as duas categorias alteradas se tornaram o 13º e 14º maiores riscos globais, não figurando entre os dez mais importantes. Entretanto, quando considerados os riscos globais nos curto e longo prazos – exatamente 2 e 10 anos à frente – a “Ciberespionagem e Ciberguerra” saltam para a 5ª colocação, indicando que essas preocupações ainda são relevantes para as companhias.

 

*Com informações do Fórum Econômico Mundial

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