Com a chegada de novembro, o comércio vive o frisson da Black Friday, uma das datas mais movimentadas do ano. Essa efervescência comercial, esperada ansiosamente por consumidores em busca de promoções irresistíveis, também chama a atenção dos cibercriminosos.
Segundo levantamentos do Google, 7 em cada 10 brasileiros planejam participar das compras da Black Friday, que acontece nesta sexta feira, 29 de novembro, um indicador claro do fortalecimento dessa data no mercado nacional, impulsionado por um aumento de 5 pontos percentuais em comparação aos anos anteriores.
A transição para o ambiente de compras online não é apenas uma tendência; é uma realidade consolidada, com mais de 90% dos consumidores brasileiros optando por adquirir seus itens pela internet. Contudo, nem todas as empresas acompanharam essa transição de maneira segura, o que as deixou vulneráveis aos olhos afiados dos cibercriminosos. Projeções da Juniper Research, em conjunto com a Mastercard, indicam que, até 2027, as perdas financeiras devido a golpes digitais podem ultrapassar a incrível marca de 340 bilhões de dólares.
“Além dos já conhecidos riscos de phishing e fraudes financeiras, nosso recente relatório revela a sofisticação alarmante de um aumento quantitativo de agentes maliciosos que surgem constantemente, como os stealers e trojans bancários”, explica Frank Vieira, CRO da Apura Cyber Intelligence.
O especialista destaca algumas ameaças, como o JaskaGO, um malware que ataca sistemas Windows e macOS, inovador devido aos seus numerosos comandos e diversos mecanismos de persistência. Outros malwares voltados para sistemas bancários também ganharam destaque, como o novo trojan Coyote, que teve como alvo usuários de mais de 60 instituições bancárias, com 90% das infecções no Brasil. O trojan CarnavalHeist também descoberto recentemente, tem como alvo instituições financeiras brasileiras, usando táticas sofisticadas para evitar a detecção e drenar contas bancárias.
Frente a esse cenário ameaçador, é vital que não apenas as empresas de grande porte, mas também as médias, busquem aumentar seus padrões de segurança, especialmente durante a Black Friday, com medidas robustas de segurança cibernética e detecção de fraudes. Assim, é essencial conhecer os riscos existentes e se antecipar às ameaças dos criminosos e fraudadores digitais.
“Portanto, enquanto as promoções seduzem clientes e prometem um volume recorde de vendas, a proteção cibernética deve figurar, escalonadamente, na pauta estratégica das empresas. Investir em sistemas que resguardem seus ativos digitais e mantenham a fidelidade do consumidor é imperativo. Em um mundo tecnológico em constante evolução, estar preparado é não apenas necessário, mas absolutamente crucial”, ressalta Vieira.