Diante da pandemia imposta pela COVID-19, as empresas ao redor do mundo estão se readequando ao cenário de home office generalizado, com uso frequente de aplicativos e plataformas de videochamadas e videoconferências. O Zoom se tornou o sistema mais popular nas reuniões e eventos online nos últimos 2 meses, porém, está no centro das atenções quando o assunto é segurança e privacidade.
A polêmica impactou de tal forma o uso do aplicativo que entidades como a Anvisa bloqueou o uso do Zoom internamente após identificar possíveis falhas de segurança. A Google também proibiu que seus colaboradores utilizem o Zoom alegando que a plataforma não atende os padrões de segurança da empresa.
No dia 08 de abril, o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), abriu investigação contra o aplicativo Zoom. A empresa foi notificada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) para esclarecer dúvidas sobre o compartilhamento de dados de usuários do aplicativo com o Facebook.
Diante dessa imagem negativa que gerou em todo mundo, o CEO do Zoom, Eric Yuan, informou no blog da companhia que está trabalhando na correção das brechas de segurança. No comunicado, a empresa se diz privilegiada por estar em posição de ajudar pessoas e empresas em todo mundo a estarem conectados.
Em março desse ano, o Zoom alcançou mais de 200 milhões de participantes diários em reuniões gratuitas e pagas. “Nas últimas semanas, apoiar esse fluxo de usuários tem sido uma tarefa tremenda e nosso único foco. Nos esforçamos para fornecer aos nossos clientes um serviço ininterrupto e a mesma experiência amigável que fez do Zoom a plataforma de videoconferência preferida para empresas em todo o mundo”, diz o comunicado.
Eric Yuan reconhece que o Zoom não atingiu as expectativas de privacidade e segurança e diz que a plataforma foi desenhada para atender principalmente o mercado corporativo. Mas que nas últimas semanas, não projetavam aumento significativo de usuários em todo mundo.
“Esclarecemos explicitamente que não vendemos os dados de nossos usuários, nunca praticamos essa ação e não temos intenção de vender os dados dos usuários daqui para frente. Estamos comprometidos em ser transparentes durante todo esse processo e manter a confiança dos nossos clientes”, pontua Yuan.
O executivo destaque que nos próximos 90 dias, o Zoom está comprometido em dedicar os recursos necessários para melhor identificar, abordar e corrigir problemas de forma proativa. Ele lista uma série de iniciativas para a correção como, por exemplo:
* Tomar medidas para remover o SDK do Facebook junto aos clientes iOS e a fim de reconfigurar para impedir a coleta de informações desnecessárias do dispositivo;
* Atualizar a política de privacidade para que ela seja mais clara e transparente com relação aos dados que a plataforma coleta;
* Trabalhar focado na resolução dos problemas de segurança e privacidade de forma ativa e ágil;
* Ajudar aos usuários a lidar com incidentes de assédios com recursos de proteção e controles para evitar que pessoas não convidadas entrem nas salas.
* Treinar da equipe para melhorar o suporte aos usuários e minimizar o tempo de espera das chamadas;
* Ouvir a comunidade de usuários para ajudar na usabilidade dos serviços.