WikiLeaks vai compartilhar ferramentas de ciberespionagem com empresas

Fundador do site, Julian Assange, afirmou que irá oferecer acesso exclusivo a companhias de tecnologia para que possam consertar falhas em programas, apesar de algumas destas organizações anunciarem que atualizações recentes já sanaram as vulnerabilidades

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O WikiLeaks irá oferecer a empresas de tecnologia um acesso exclusivo a ferramentas de ciberespionagem da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) que possui para permitir que estas consertem falhas de programas, disse seu fundador, Julian Assange, nesta quinta-feira.

 

Na terça-feira o grupo antissegredos publicou documentos que descrevem as ferramentas de invasão cibernética da CIA e trechos de códigos de computação. O site não publicou a íntegra dos programas que seriam necessários para explorar celulares, computadores e televisões com acesso à internet.

 

“Considerando o que pensamos ser a melhor maneira de proceder e ouvindo os pedidos de alguns dos fabricantes, decidimos trabalhar com eles para lhes dar acesso exclusivo a detalhes técnicos adicionais que temos para que os consertos possam ser desenvolvidos e implantados, de forma que as pessoas possam ficar protegidas”, disse Assange durante uma coletiva de imprensa transmitida via Facebook Live.

 

Respondendo a seus comentários, o porta-voz da CIA, Jonathan Liu, afirmou em um comunicado: “Como dissemos anteriormente, Julian Assange não é exatamente um bastião de verdade e integridade”.

 

“Apesar dos esforços de Assange e sua laia, a CIA continua a coletar inteligência estrangeira no exterior agressivamente para proteger a América de terroristas, Estados-nação hostis e outros adversários”.

 

Não ficou claro como o WikiLeaks pretende cooperar com as empresas de tecnologia ou se elas irão aceitar a oferta.

 

Porta-vozes de Google, Apple, Microsoft Corp e Cisco Systems Inc, todos eles fabricantes de aparelhos sujeitos a ataques descritos nos documentos, não responderam de imediato a pedidos de comentário.

 

Mas várias companhias já disseram estar confiantes de que suas atualizações de segurança recentes já cobriram as supostas falhas detalhadas nos documentos da CIA. Ainda na terça-feira, a Apple afirmou em um comunicado que “muitas das questões” vazadas já foram sanadas na versão mais atual de seu sistema operacional.

 

A publicação dos documentos no WikiLeaks reacendeu um debate que questiona se agências de inteligência deveriam ocultar vulnerabilidades de cibersegurança graves ao invés de compartilhá-las com o público. Um processo interagências criado no governo do ex-presidente norte-americano Barack Obama opinou que é preferível errar pelo excesso de divulgação.

 

Duas autoridades da lei e da inteligência dos EUA afirmaram à Reuters na quarta-feira que as agências de inteligência estão cientes desde o final do ano passado de uma invasão na CIA, que permitiu que o WikiLeaks divulgasse milhares de páginas de informações em seu site.

 

Os funcionários, que falaram sob condição de anonimato, disseram que prestadores de serviço provavelmente violaram a segurança e entregaram os documentos ao WikiLeaks.

 

Assange disse possuir “muito mais informações” sobre o ciberarsenal da CIA que serão divulgadas em breve e criticou a “incompetência devastadora” da agência por não ser capaz de controlar o acesso a um material tão sigiloso.

 

* Com informações da Agência Reuters

 

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