Um olhar de dentro para fora no contexto Zero Trust

Os modelos tradicionais de segurança já não cabem mais para o mercado atual. É preciso acessar novas arquiteturas para garantir uma proteção em relação ao ambiente externo e interno, este último o que mais tem condições de controle

Compartilhar:

Por Cristina Moldovan

 

Com o trabalho remoto, consolidado em virtude da pandemia, as empresas, que antes pensavam apenas nas ameaças externas como um dos principais problemas a serem enfrentados pela área de Segurança da Informação, precisaram diversificar o foco e olhar com mais cautela as dificuldades para manter a proteção de dentro para fora, isto é, garantir eficiência, seja na nuvem ou em acessos remotos. Este cenário alavancou um conceito que, no Brasil, ganhou força com a descentralização das operações, o Zero Trust (em português, zero confiança).

 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também intensificou essa tendência em razão das penalidades causadas pelo vazamento de dados. Com a premissa “nunca confiar, sempre averiguar”, o Zero Trust acredita que os invasores possam estar dentro da rede e acessar todos os recursos dela. Sendo assim, nenhum usuário ou dispositivo deve ser considerado confiável por padrão.

 

Quando falamos em segurança virtual, vários vetores podem gerar uma crise. De fora para dentro, os antivírus e outras ferramentas de bloqueio fazem o trabalho para evitar invasões. E de dentro para fora, colaboradores mal-intencionados podem vazar informações sensíveis. Neste caso, as soluções de DLP (Data Loss Prevention) apoiam o conceito Zero Trust e tudo é bloqueado, sendo liberado os acessos a conteúdos de acordo com a necessidade de cada colaborador.

 

Em um ambiente Zero Trust com a aplicação de uma ferramenta de segurança para proteção de perda de dados, é possível controlar, por meio de uma varredura, quais informações estão nos dispositivos dos colaboradores e que deveriam estar apenas concentrados no CRM ou no ERP da empresa, evitando vazamentos. E, caso haja uma tentativa de envio malicioso de informações, a equipe de tecnologia é capaz de detectar e bloquear o envio, sabendo quando, quem e de onde os dados saíram.

 

As soluções de proteção englobam diversos princípios, desde as que bloqueiam as transferências do usuário que esteja fora da rede corporativa ou da VPN (sigla em inglês para Rede Privada Virtual), até com políticas de controle que verificam inclusive o horário de trânsito de dados pessoais. Por exemplo, se algum colaborador da área de Recursos Humanos quiser fazer um upload de um currículo depois das 18h, não irá conseguir.

 

De acordo com o Relatório do Custo de Violação de Dados de 2021 da IBM, o custo médio de uma violação foi de USD 1,76 milhão a menos em organizações com uma abordagem madura de confiança zero, em comparação com organizações sem este preparo.

 

Os modelos tradicionais de segurança já não cabem mais para o mercado atual. É preciso acessar novas arquiteturas para garantir uma proteção em relação ao ambiente externo e interno, este último o que mais tem condições de controle. Com a maturidade tecnológica que as empresas desenvolveram nos últimos anos, a adoção de políticas de segurança Zero Trust a partir do uso de soluções de DLP são fundamentais para continuar a evolução contra ameaças.

 

*Cristina Moldovan é Sales and Business Development Manager do Endpoint Protector by CoSoSys

Destaques

Colunas & Blogs

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

Ciberameaças e IA lideram preocupações dos líderes de TI para 2026, aponta pesquisa

Pesquisa mostra que maioria dos entrevistados apoia a proibição do pagamento de resgates por ransomware, mas ciberataques e automação baseada...
Security Report | Overview

Campanha da Anatel alerta sobre golpes digitais com as compras de fim de ano

Última campanha do ano do Movimento #FiqueEsperto orienta consumidores a adotar práticas seguras nas compras online
Security Report | Overview

 Gartner revela que 90% dos conselheiros não confiam no valor da Cibersegurança

Estudo reforça que ceticismo dos membros dos boards em relação ao valor da segurança cibernética é um catalisador para a...
Security Report | Overview

Pesquisa: Brasil registra alta de 14% nos ciberataques em comparativo anual

Relatório  apontou uma média global de 2.003 ciberataques semanais por organização em novembro, enquanto o Brasil disparou para 3.348; outro...