O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou atrás de sua iniciativa de criar uma unidade de segurança cibernética com a Rússia, ao tuitar no domingo (09) não acreditar que ela poderia ser criada, horas depois de sua proposta ser duramente criticada por republicanos que disseram que Moscou não é confiável.
No início do domingo Trump escreveu no Twitter que ele e o presidente russo, Vladimir Putin, debateram na sexta-feira (07) formar “uma unidade de segurança cibernética impenetrável” para tratar de questões como o risco de interferência cibernética em eleições.
A ideia parece fadada ao fracasso político e foi repudiada imediatamente por vários dos correligionários de Trump, que questionaram por que os EUA iriam trabalhar com a Rússia depois da suposta ingerência de Moscou na eleição norte-americana de 2016.
“Não é a ideia mais idiota que já ouvi, mas chega perto”, disse o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, no programa “Meet the Press” da rede NBC.
Ash Carter, que foi secretário da Defesa até o final do governo do ex-presidente democrata Barack Obama em janeiro, disse à CNN: “Isso é como o cara que roubou sua casa propondo um grupo de trabalho sobre arrombamento”.
Recentemente assessores de Trump, incluindo o secretário de Estado, Rex Tillerson, e o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, tentaram explicar a iniciativa cibernética de Trump.
No sábado Mnuchin disse que Trump e Putin concordaram em criar “uma unidade de cibersegurança para fazer com que não exista absolutamente nenhuma interferência, para trabalharem na cibersegurança juntos”.
Mas Trump voltou ao Twitter no domingo para minimizar a ideia, que veio à tona em suas conversas com Putin durante a cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha.
“O fato de que o presidente Putin e eu discutimos uma unidade de cibersegurança não significa que eu ache que pode acontecer. Não pode”, tuitou o líder norte-americano.
Depois ele observou que um acordo com a Rússia para um cessar-fogo na Síria “pode e de fato” aconteceu.
O senador republicano John McCain, do Arizona, reconheceu o desejo de Trump de fazer progressos com a Rússia, mas acrescentou: “Tem que ter um preço a pagar”.
Trump defendeu uma reaproximação de Moscou em sua campanha, mas não tem conseguido concretizá-la porque seu governo está sendo assolado por investigações sobre uma possível interferência de Moscou na eleição norte-americana e por laços com sua campanha.
* Com informações da Agência Reuters