“Toda tecnologia tem um risco associado”, disse o Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista no Mobile World Congress, que acontece esta semana em Barcelona. A resposta do Ministro se refere aos questionamentos sobre a posição do MCTIC em relação à estratégia de cibersecurity do Brasil e a relação com a Política Nacional de Segurança da Informação, lançada no final do ano passado, pelo governo Temer.
O Ministro pontuou que quanto mais conhecimento o Brasil tiver na área de Inteligência Artificial melhor consegue trabalhar com cibersecurity e consegue prevenir qualquer tipo de risco que a gente tenha. “Para minimizar ou mitigar esses riscos só tem uma maneira, conhecimento próprio. Isso protege a soberania do País, protege a nossa economia e permite projetar o Brasil internacionalmente”, disse ele.
Questionado sobre a posição do MCTIC em relação ao caso Hauwei e a polêmica em torno das acusações dos Estados Unidos sobre o uso de backdoors por parte da gigante chinesa, Marcos Pontes declarou que vai aguardar a posição da presidência, já que o Ministério não tem como fazer nenhuma interferência geopolítica. “Isso escapa ao nosso escopo, estamos preocupados em interligar o País. Nessa questão recebo os inputs de cima para baixo”, frisou ele.
No tópico sobre a atuação do Ministério na elaboração de uma Política Nacional de Segurança da Informação e de uma estratégia de cibersecurity para o País, o Ministro declarou que por enquanto tem acompanhado a questão pela área técnica, sem nenhuma participação ativa. “A questão está nas mãos do GSI, temos acompanhado, mas sem nenhum tipo de interferência. “
Entretanto, ao falar da estratégia de Inteligência Artificial do Brasil, o Ministro foi enfático ao declarar que o País precisa investir em conhecimento na área tecnológica. Ele citou a criação de um laboratório nacional de IA e Cibersecurity provavelmente na cidade de São Paulo, onde além de aplicações de Inteligência Artificial, serão desenvolvidos conhecimentos no segmento de Cibersecurity. Marcos Pontes citou a Universidade de São Paulo como referência e um polo importante no cenário tecnológico.
“O laboratório só vem a somar porque antes de criar qualquer tecnologia a gente precisa criar o conhecimento naquela área”, enfatizou Marcos Pontes. Ele vai além ao frisar que o Brasil tem plena condição de desenvolver o conhecimento necessário para trabalhar com inteligência artificial aplicada e ter uma ferramenta onde o Brasil consegue dar um salto tecnológico.
*Graça Sermoud viajou para Barcelona a convite da Huawei