Da mesma forma em que os Líderes de Cibersegurança ganharam um novo status dentro da organização, dadas as suas responsabilidades em dar continuidade ao negócio, os times de SI também mudaram. Agora, profissionais do setor veem a necessidade de ajustarem sua forma de interagir com a companhia se desejam crescer nessa carreira, e uma tutela eficiente dos CISOs faz grande diferença nesse aspecto.
De acordo com informações da Consultoria Kroll, relatados no estudo “2023 State of Cyber Defense: The False-Positive of Trust”, 42% dos tomadores de decisão corporativos disseram que seu maior desafio em Cyber era a incerteza sobre a capacidade dos funcionários em evitar um incidente cibernético. Todavia, esses mesmos gestores veem no ser humano o ponto-chave para as estratégias de Cyber serem bem-sucedidas.
Isso porque 94% mantêm alta confiança nos times de Segurança para promoverem suas estratégias de combate ao Cibercrime. Assim, conforme ressalta o Subsecretário de TI do Ministério da Agricultura e Pecuária, Camilo Mussi, nos momentos mais críticos, são as pessoas que fazem a diferença nesse esforço, antes mesmo que as melhores inovações disponíveis no mercado.
“Podemos ter tecnologias de ponta à disposição, mas sem as pessoas certas, com a preparação certa, a proteção simplesmente não evolui. Por isso, é importante que o setor de Segurança esteja em contato com todos na companhia, para entender suas visões e demandas, a partir da capacidade de relacionamento que hoje precisamos ter”, afirmou Mussi, durante participação no painel de debates do Security Leaders Brasília.
Os convidados dessa mesa relataram a necessidade de evoluir as capacidades individuais de seus times para além do nível técnico, visando formar novos gestores e preservar o espaço de confiança conquistado com muito esforço junto às empresas. A capacidade de se comunicar com outras áreas e compreender o papel prático da Segurança são as soft skills mais importantes nessa estratégia.
O Gerente de Infraestrutura e Operações da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Hugo Maldonado, ressaltou ser papel do próprio CISO ou líder de SI entender como levar seus times a atingirem suas potencialidades individuais e coletivas, e assim, permitir a eles ocuparem os espaços em que poderão manifestar suas melhores capacidades.
“O melhor técnico da equipe pode não ser o melhor gestor, e de nada adianta tentarmos forçar um indivíduo a ser mais extrovertido se ele não tiver essa característica. Por isso, saber perfilar seus parceiros de trabalho pode permitir ao CISO apoiar uma nova geração de Cyber, dando a eles as funções que vão realmente fazê-lo evoluir nas suas melhores habilidades”, comentou Maldonado.
Nesse sentido, os líderes também concordaram que a capacidade de aprender é fundamental nesse processo. O novo profissional deve absorver conhecimento de todas as direções, inclusive daquele vindo de seus pares, que podem abrir novas portas ao profissional no futuro. Esses contatos também podem ser fontes de conhecimento importantes para a evolução do colaborador.
“Foi-se o tempo em que apenas conhecer muito um único tema te orienta a ser um bom líder. Hoje, é necessário conhecermos todos os tópicos de Segurança e de relações humanas, conhecendo um pouco de cada assunto, entendendo de negócio, de pessoas e de tecnologia, lhe dão experiência para gerir indivíduos, especialmente em momentos desafiadores ou de decisões importantes”, comentou Mussi.
O tema de liderança dos CISOs voltará ao palco do Security Leaders em sua próxima edição regional, em Belo Horizonte. As inscrições estão abertas e podem ser acessadas por meio desse link.