Sistemas da Universidade Federal do Piauí ficam instáveis após ciberataque

A Instituição de ensino superior registrou, durante o final de semana, fortes instabilidades em plataformas internas, como o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o SINAPSE, usado para integrar serviços de TI. Em nota, a UFPI informou estar trabalhando para recuperar o funcionamento dos sistemas

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A Universidade Federal do Piauí informou, por meio de nota veiculada no seu portal oficial, que os sistemas internos da instituição sofreram com forte instabilidade nos últimos dias, devido aos impactos causados por um incidente cibernético contra a instituição. Nesse sentido, foram afetados ambientes como o Sistema Integrado de Gestão (SIG), e a plataforma SINAPSE, usada para integrar serviços internos de TI.

 

Durante os trabalhos de investigação das causas da instabilidade, a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da universidade identificou, de início, que as máquinas poderiam ter travado devido ao esgotamento de memória interna, com estruturas como o armazenamento de sistemas de backup em NFS atingindo 100% da capacidade. Porém, mesmo com a correção desse congestionamento, as falhas permaneceram.

 

“Na sequência, foram detectadas execuções de scripts maliciosos em máquinas responsáveis pelos sistemas SIG, o que confirmou a ocorrência de um ataque cibernético que comprometeu parte da nossa infraestrutura. Desde então, foram realizadas tentativas de contenção por meio de clonagem de máquinas, bloqueios de firewall e reinicializações sucessivas”, acrescenta a mensagem.

 

Durante o fim de semana, a instituição seguiu movendo ações para tentar restituir a estrutura das máquinas, incluindo clonagem de máquinas bloqueios de firewall e sucessivas tentativas de reinicialização dos ambientes. Mas até o momento da publicação da nota, a UFPI não teve sucesso em retomar o pleno funcionamento. A Security Report questionou a universidade se os sistemas mencionados já foram restabelecidos e aguarda retorno.

 

A nota acrescenta, todavia, que continua avaliando a extensão do impacto causado. As equipes da STI permanecem mobilizadas em tempo integral na análise, contenção e recuperação dos sistemas afetados, com prioridade total à segurança e à integridade dos dados institucionais. A instituição reforça ainda o compromisso com a transparência e Segurança digital de alunos e docentes.

 

“Reforçamos que, caso necessário, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG) e Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação – PRPG adotarão as medidas cabíveis para assegurar que docentes e estudantes não sejam prejudicados, garantindo a continuidade das atividades acadêmicas da forma mais justa possível. Agradecemos a compreensão e o apoio de toda a comunidade acadêmica”, conclui o comunicado.

 

A Universidade Piauiense é mais uma dentre as organizações federais de ensino superior que entraram na mira do cibercrime nacional nos últimos meses. EM caso ocorrido em abril, por exemplo, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também admitiu ter sofrido instabilidades nos seus sistemas devido ao aumento na frequência de ciberataques que a instituição passou a sofrer.

 

A Security Report publica, na íntegra, nota disponibilizada pela UFPI:

 

“A Universidade Federal do Piauí informa que desde o início da tarde de ontem (por volta das 14h30), foram registradas instabilidades em diversos serviços institucionais, incluindo o Gitsig, Sinapse e os sistemas SIG.

 

Imediatamente após os primeiros relatos, as equipes técnicas da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), iniciaram os procedimentos de diagnóstico. Inicialmente, foi identificado por um dos servidores da infraestrutura que as máquinas apresentavam travamentos causados por esgotamento de recursos, especialmente de memória. Paralelamente, um servidor de banco de dados observou que o armazenamento do sistema de backup em NFS havia atingido 100% da capacidade.

 

Diante desse cenário, foram adotadas medidas emergenciais, como o reinício forçado de algumas máquinas, o que possibilitou o retorno temporário dos serviços. Contudo, os sistemas voltaram a apresentar falhas e instabilidade.

 

Na sequência, foram detectadas execuções de scripts maliciosos em máquinas responsáveis pelos sistemas SIG, o que confirmou a ocorrência de um ataque cibernético que comprometeu parte da nossa infraestrutura. Desde então, foram realizadas tentativas de contenção por meio de clonagem de máquinas, bloqueios de firewall e reinicializações sucessivas, ações que se estenderam até por volta das 19h de ontem, sem pleno sucesso.

 

Na manhã de hoje, novas tentativas de restabelecimento dos serviços foram conduzidas, mas, infelizmente, os sistemas continuam apresentando falhas logo após serem ativados.

 

Ainda estamos avaliando a extensão do impacto causado. As equipes da STI permanecem mobilizadas em tempo integral na análise, contenção e recuperação dos sistemas afetados, com prioridade total à segurança e à integridade dos dados institucionais.

 

Reforçamos que, caso necessário, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG) e Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação – PRPG adotarão as medidas cabíveis para assegurar que docentes e estudantes não sejam prejudicados, garantindo a continuidade das atividades acadêmicas da forma mais justa possível.

 

Agradecemos a compreensão e o apoio de toda a comunidade acadêmica, reiterando nosso compromisso com a transparência, a segurança digital e a estabilidade dos serviços que sustentam a vida universitária.”

 

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