Segurança é alicerce para transformação da Cisco

Durante a sétima versão latino-americana do tradicional evento CiscoLive!, realizado em Cancún esta semana, a palavra segurança permeou o congresso, marcando grande parte das novas iniciativas da companhia

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Empresa californiana reconhecida no segmento de network chega aos 34 anos com uma estratégia cada vez mais pautada em segurança. A intenção da Cisco é posicionar-se como a empresa que consegue oferecer uma plataforma segura, como se fosse uma ponte, que habilite as empresas a seguir seu próprio caminho de inovação.

 

Para garantir um casamento perfeito entre infraestrutura e segurança, a empresa vem adquirindo empresas do segmento. Há uns cinco anos, a Cisco iniciou uma movimentação no sentido de agregar ao seu portfólio soluções de software nessa área, entre elas a aquisição da Sourcefire, em 2013.

 

Já a compra da Duo Software, realizada em agosto desse ano, foi considerada uma das maiores realizadas pela empresa, no valor de 2,35 bilhões de dólares. Ao todo, na área de segurança, a Cisco já investiu cerca de 8 bilhões de dólares na compra de empresas do setor, compondo com isso um modelo muito mais baseado em software do que em hardware.

 

A aquisição da Duo Security é vista pela Cisco como um passo fundamental no sentido de atuar no elo mais fraco da cadeia, o usuário, trazendo um modelo de autenticação de duplo fator para o mercado corporativo, uma forte tendência hoje na área de SI.

 

A solução de autenticação se enquadra no que a empresa chama de plataforma intuitiva, dentro do conceito Zero Trust. A ideia é atuar a partir da fase de credenciamento criando uma linha do tempo do usuário dentro da rede. Essa linha inclui seu ingresso, a validade e o monitoramento. Caso aconteça alguma anormalidade, a plataforma promete um modelo rápido de identificação.

 

Security is foundation

 

Para John Stewart, VP e Chief Security da Cisco, a aquisição da Duo Security traz um modelo de credenciamento e autenticação primordial para uma plataforma de segurança baseada no conceito Zero Trust. Ao mesmo tempo, a solução complementa a abordagem da empresa de garantir que os incidentes de segurança sejam detectados ainda no nível da rede.

 

Embora o executivo não credite diretamente à área de segurança a responsabilidade pelos bons resultados reportados pela empresa, John acredita que a combinação de segurança e infraestrutura é hoje uma ação integrada que fortalece a atuação da Cisco no mercado em geral.

 

Segundo ele, a estratégia de aquisições deve continuar em ação, no sentido de trazer novas soluções à plataforma da companhia. Em sua palestra de abertura, John enfatizou que não existe outro alicerce para a transformação digital que não seja segurança.

 

“No cenário cada vez mais agressivo de ataques, o executivo pontua a necessidade de garantir a integridade das infraestruturas críticas de IoT”, além da segurança “alicerçar” e permitir maior poder às iniciativas de multicloud, redes, data e experiências digitais em geral.

 

John admite que a Cisco não é uma empresa de segurança tradicional, uma chamada “puro sangue” como McAfee e Symantec, mas sim uma companhia que pode garantir uma visão “fundamental” da segurança, como base para qualquer iniciativa que os clientes considerem importante na jornada digital.

 

Entretanto, o grande desafio na visão de John ainda é o fato da maioria das empresas não ter uma ideia mais clara das vulnerabilidades e como resolver essas questões de forma correta. Esse entendimento não é privilégio dos líderes das corporações, mas também dos funcionários. “O futuro será entender a segurança pelo aspecto comportamental”, concluiu John.

 

Segurança é fundamental

 

No Brasil, a solução de dupla autenticação da Duo Security está disponível e integrada à plataforma da Cisco. Inclusive, já existem hoje no país clientes da solução. Para Ghassan Dreibi, responsável regional Latam de Segurança da Cisco, embora o discurso de segurança esteja mais enfatizado agora, a empresa já vem trabalhando há pelo menos cinco anos de forma agressiva nessa área.

 

“Nunca deixamos de lado o tema cibersecurity. Desde 2007 estamos integrando segurança com rede”, frisou Ghassan. O que mudou basicamente, segundo ele, é que no primeiro momento era suficiente um crescimento na base de usuários. Hoje a estratégia é evoluir o portfólio em cloud, o que implica acelerar o processo, atuar também fortemente fora da base e ter a segurança como uma alavanca que permite um crescimento mais rápido.

 

Atualmente, a estratégia global é a mesma enfatizada no Brasil, expandir a plataforma na base de clientes, mas, ao mesmo tempo, conquistar novas contas. “No Brasil o crescimento tem sido muito agressivo e a área de segurança é quem mais gera receita recorrente para a Cisco. Segurança é um motivo de crescimento para a companhia, sim”, enfatizou ele.

 

* Graça Sermoud viajou para Cancún a convite da Cisco

 

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