Segurança cibernética, AI e Open Finance são prioridades para os bancos em 2022

Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária revela que as instituições financeiras investem, em média, 10% do orçamento de TI à Segurança Cibernética, valor que pode ser estimado em R$ 2,5 bilhões

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Tecnologias voltadas à segurança cibernética e Inteligência Artificial (IA) estão no topo das prioridades em investimentos em tecnologia para 100% dos bancos participantes da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022, realizada pela Deloitte. O levantamento, que a partir deste ano será divulgado em três fases, revela, ainda, que para 78% dos bancos a análise e a exploração dos dados obtidos via Open Finance são uma prioridade neste ano, ao lado da transformação cultural das instituições financeiras.

 

Com as transações cada vez mais digitais, as temáticas da cibersegurança e da Segurança da Informação atraem olhares significativos das instituições financeiras. Anualmente, os bancos investem, em média, cerca de 10% de seu orçamento de tecnologia da informação (TI) à segurança cibernética – valor que pode ser estimado em R$ 2,5 bilhões.

 

Ao lado da cibersegurança, outra prioridade apontada na pesquisa é a Inteligência Artificial, que são usadas em interações para aprimorar a experiência do cliente nos canais digitais, por meio dos chatbots e assistentes virtuais. A tecnologia também tem sido muito usada pelos bancos na parte de crédito e de cobrança e no processamento de regras para controle de acesso e em sistemas antifraude. Todas as instituições participantes esperam aumentar seus investimentos neste ano nessa área.

 

Outras tecnologias as quais os investimentos também deverão ser ampliados ao longo deste ano são Cloud Pública (94%), Big Data (94%), Process Mining (78%), Internet das Coisas (75%), Blockchain (67%) e Computação Quântica (50%).

 

Transformação Open

 

O Open Finance, que começou a ser implementado no Brasil em fevereiro do ano passado, é prioridade para 78% dos bancos em sua agenda de tecnologia para 2022, no que se refere a análise e exploração dos dados compartilhados pelos clientes. O sistema cria novos modelos de negócios digitais com o uso de APIs (sigla em inglês para interfaces de programação de aplicativos).

 

“No Open Finance, Inteligência Artificial e Cloud serão fundamentais na criação das capacidades necessárias para que os bancos explorem o valor dos dados compartilhados. As estratégias das instituições financeiras começam a ser articuladas e espera-se que a adoção dos clientes aumente à medida que os consumidores percebam os benefícios do compartilhamento”, avalia Sérgio Biagini, sócio-líder para a indústria de serviços financeiros da Deloitte.

 

A transformação cultural do banco também foi citada como prioridade por 78% dos participantes. Segundo a pesquisa, os bancos têm percebido que, para transformação digital ocorrer de maneira efetiva, são necessárias mudanças de dentro para fora em relação a conhecimento, valores, cultura e modo de operar e servir. Para isso, é necessário um time com conhecimentos técnicos e de negócios, inserido em produtividade e em uma cultura focada na agilidade e na centralidade do cliente.

 

O levantamento revelou, ainda, que 91% dos bancos participantes afirmam que decidiram alavancar os canais digitais como principal meio de relacionamento e como forma de entregar uma melhor experiência ao cliente em suas transações financeiras. Já 87% afirmam que a alta expectativa do cliente em relação aos canais digitais e à sua usabilidade impulsionaram a digitalização do banco.

 

“Iremos continuar ajudando o cliente na inclusão digital para que ele tenha, de forma ininterrupta, acesso a serviços com mais eficiência e maior valor agregado”, afirma Rodrigo Mulinari, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN. “A infraestrutura bancária no Brasil é uma das maiores do mundo, capaz de suportar mais de 100 bilhões de transações a cada ano com segurança. Os bancos contam com o que há de mais moderno em relação a segurança cibernética e prevenção a fraudes”, completa Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.

 

A pesquisa

 

O primeiro volume da 30ª edição da pesquisa destaca qual é a agenda e quais são os investimentos prioritários dos bancos brasileiros em tecnologia em 2022. A segunda etapa irá revelar e detalhar os investimentos feitos em tecnologia pelos bancos em 2021. Por fim, na terceira parte será divulgado um raio-x das transações bancárias feitas pelos brasileiros no ano passado.

 

Participaram da parte quantitativa deste primeiro volume do levantamento 24 bancos, que correspondem a 90% dos ativos bancários do Brasil; 34 executivos atuantes na área de tecnologia bancária de 18 bancos concederam as entrevistas para a parte qualitativa.

 

 

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