A Companhia de Governança Eletrônica de Salvador (COGEL) enfrentou um desafio bastante nativo de estratégias de Smart Cities no Brasil e no mundo, que é garantir conectividade ampla, escalável e segura em uma cidade com geografia complexa. Durante o Security Leaders Fortaleza 2025, a estatal apresentou estratégias para gerenciar serviços digitais e superfície de ataques cibernéticos em expansão.
Vinicius Moura, Gerente de Segurança da Informação da COGEL, afirmou que a companhia tinha uma demanda da Prefeitura de Salvador para entregar, em pouco tempo, uma cidade totalmente conectada. Segundo o especialista, a jornada exigia superar limitações estruturais para garantir o sucesso do programa Smart City Salvador, e por isso, foi firmada a parceria com a TLD e a Fortinet.
“Fibrar Salvador não foi uma tarefa fácil, mas conseguimos implantar 1.400 km de linhas em apenas dois anos, criando a Infovia. Essa infraestrutura permitiu não apenas aprimorar os serviços já existentes, mas desenvolver novas aplicações para a população”, destacou.
Estratégia: Smart City Salvador
Segundo Rafael Dantas, Head de Cibersegurança da TLD, a parceria com a prefeitura foi decisiva para que a tecnologia fosse implantada com Segurança desde o início. “Conectar sem proteger é como construir um prédio sem fundação. Nossa atuação garantiu que cada um dos mais de 1.300 pontos de acesso tivesse firewalls dedicados, monitoramento em tempo real e uso de inteligência artificial para bloquear ameaças”, explicou.
Os números mostraram o resultado da estratégia, já que em 2023, mais de 10 bilhões de ataques foram bloqueados nas redes municipais. Em 2024, apenas no primeiro semestre, a marca de 7 bilhões já havia sido alcançada. Com suporte da TLD e da Fortinet, a COGEL desenvolveu aplicações próprias para monitoramento proativo, capazes de identificar falhas antes que o usuário perceba.
Segundo a companhia, o projeto tem impacto direto na governança pública. Isso porque os relatórios gerados pelos sistemas de Segurança ajudam a prefeitura a entender padrões de uso por bairro, subsidiando políticas públicas de inclusão digital e expansão da conectividade. “Segurança aqui não é apenas incidente, é estratégia. Os dados coletados orientam decisões que mudam o dia a dia do cidadão”, afirmou Moura.
O Gerente de SI comentou que a capital da Bahia foi a única prefeitura convidada a integrar o Centro de Tratamento de Incidentes (CTI) e faz parte da Rede Federal de Gestão de Incidentes (REGIQUE). Em 2024, a cidade recebeu medalha do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) pela atuação em resposta a incidentes cibernéticos.
Formação em TI
Outro pilar da estratégia é a formação de jovens talentos em tecnologia. A equipe de Moura é composta, na maioria, por ex-estagiários que foram treinados pela sua equipe. A COGEL mantém programas mensais de capacitação e integração de jovens de comunidades locais, preparando-os para atuar em Cibersegurança.
“Quando eu comecei, não tive oportunidades como essa. Hoje faço questão de abrir portas para os jovens, porque são eles que alcançam esses resultados”, reforçou o executivo. A expectativa é de ampliar a integração com redes nacionais de Cyber e expandir a conectividade a todas as novas estruturas urbanas da capital baiana. O compromisso é construir uma cidade inteligente e que combine tecnologia, proteção digital e inclusão social como base para o desenvolvimento sustentável.
A caravana de eventos regionais do Security Leaders cruzou o Brasil, para reunir a comunidade de Cibersegurança de nove capitais em torno de discussões de alto nível, aproximação com parceiros da Indústria e formação de networking e aprendizado com relevância nacional. Agora, a última parada do Congresso será em São Paulo, para o Security Leaders Nacional. O maior e mais qualificado evento de Segurança da Informação do Brasil ocorrerá nos próximos dias 22 e 23 de outubro, no Piso C do WTC. As inscrições estão abertas por este link e são gratuitos para empresas usuárias de tecnologia.