Redes sociais: como orientar seus filhos

É necessário aprender a cuidar levando em conta que invadir a privacidade das crianças não é, nem nunca será, a solução para distanciá-las do mundo digital

Compartilhar:

O brasileiro permanece em média  3 horas e 39 minutos todos os dias nas redes sociais, sendo o segundo país do mundo que mais passa tempo navegando nestas plataformas, de acordo com pesquisa promovida pelo HootSuite, em parceria com a We Are Social. Diante disso, a ESET, por meio de sua iniciativa Digipais, que incentiva o ensino e conscientização de como proteger crianças e jovens enquanto utilizam a internet, oferece alguns conselhos sobre redes sociais.

 

Para proteger os menores no mundo digital, é essencial que os pais conheçam as redes sociais. É necessário aprender a cuidar dos filhos levando em conta que invadir a privacidade das crianças não é, nem nunca será, a solução para distanciá-las do mundo digital.

 

“Saber que há riscos e que é necessário cuidar do mais novo é parte da realidade. Ser um pai conectado envolve combinar aprendizado, diálogo e supervisão para exercer esta tarefa complexa da maneira ideal, acompanhando os menores no uso da tecnologia sem privá-los dela”, diz Camilo Gutierrez, chefe do Laboratório de Pesquisa da ESET América Latina.

 

Dada a variedade de redes existentes, é difícil manter-se a par de todas elas, mas saber como elas funcionam é útil quando se trata de reconhecer e prevenir possíveis riscos. Entre os escolhidos pelos jovens, existem sites como o Facebook, Twitter, Instagram e Snapchat.

 

Dentro das funções básicas destes aplicativos, é possível distinguir certas características que não são totalmente seguras:

 

A duração das mensagens: Os Stories surgiram como parte do Snapchat, um serviço de mensagens instantâneas baseado no envio de imagens e vídeos curtos. A novidade diante de outras funcionalidades é que as mensagens compartilhadas existem apenas algumas horas a partir do momento em que o receptor os visualiza, para então serem completamente eliminadas. Além disso, há a opção de adicionar determinados filtros, adesivos e efeitos de câmera a fotos, tudo para melhorar a experiência.

 

Embora os Stories durem apenas algumas horas e os snaps, mensagens do Snapchat que seguem o mesmo princípio dos Stories, somente poucos segundos, é necessário ter em mente que existe a possibilidade de que quem visualiza a mensagem tire um screenshot (foto da tela). Por essa razão, é essencial que os jovens tomem consciência de que nada que seja colocado em uma rede é realmente privado ou temporário.

 

A capacidade de interagir com estranhos: Como em algumas plataformas as fotos e vídeos enviados ficam disponíveis para visualização por pouco tempo, fica difícil comprovar que tipo de conteúdo uma pessoa compartilhou com a outra. Isso pode encorajar pessoas desconhecidas e mal-intencionadas a enviarem conteúdos impróprios, confiando que aquilo será destruído em pouco tempo.

 

Termos de serviço: Disponível para qualquer usuário na seção configurações de cada rede social, a maioria desaconselha o uso da ferramenta para pessoas com menos de 13 anos. No entanto, em nenhum momento é realizada uma verificação de idade para que uma criança que não tenha idade suficiente possa modificar facilmente seu ano de nascimento e criar seu usuário.

 

Esse tópico não é importante apenas por causa das políticas do aplicativo, mas porque, com base na idade de cada usuário, algumas redes, como o Snapchat, por exemplo, limitam o tipo de anúncio exibido. Anúncios de bebidas alcoólicas só estarão disponíveis para adultos, por exemplo. É essencial saber se crianças menores de 13 anos de idade realmente têm o aplicativo em seus celulares, além de saber se a data de nascimento com a qual criaram seus perfis, qualificadas para ele, coincide com a verdadeira.

 

Recompensa pela interação com os usuários: Essa é uma funcionalidade específica do Snapchat, app muito popular entre os mais jovens. O aplicativo permite que você ganhe pontos à medida que interage com outros usuários. Quanto mais se utiliza o aplicativo, mais pontos se acumulam, obtendo troféus e reconhecimentos. Esse fator “recompensa” pode gerar obsessões entre as crianças e levar a gastar tempo excessivo fazendo uso dela.

 

Mesmo em redes sociais em que não exista a recompensa, a vontade de ter cada vez mais “likes” e comentários em uma postagem também pode gerar um uso excessivo. Conversar com eles sobre a importância de limitar as horas de uso das redes também faz parte do modo de gerar um uso consciente do que a tecnologia oferece, sem restringi-la completamente.

 

Possibilidade de mostrar localização: Os usuários têm a possibilidade de ativar a localização em tempo real de suas postagens. O que os pais devem ter em mente é que sempre pode haver um contato entre os usuários da rede que não é quem diz ser. É importante, portanto, ter certeza de quem são os contatos que os menores têm na rede e verificar se eles realmente conhecem cada um deles e de onde. Além disso, é necessário orientar as crianças e adolescentes para que evitem usar a localização em tempo real em suas postagens.

 

Caso seu filho não tenha certeza ou não conheça um dos contatos, a maioria das redes sociais oferecem a possibilidade de bloquear os usuários com facilidade. Por sua vez, é possível denunciar postagens específicas, de modo que, ao receber uma imagem ou vídeo de um estranho, é possível selecionar, numa lista de motivos, a que justifica a reclamação, incluindo assédio, conteúdo de nudez ou sexual, spam e outros.

 

Em termos de eficácia na forma de controle, recomenda-se apostar em configurações de privacidade. Nas configurações, cada usuário tem o poder de decidir quem pode entrar em contato, ver suas postagens e até sua localização, entre outros. Embora os menores nem sempre se preocupem com isso, como pais e responsáveis é aconselhável ajudá-los a configurar seus perfis para garantir sua segurança.

 

“Dado que os mais jovens nem sempre estão atentos a privacidade de suas informações, sentar ao lado do menor e definir a privacidade de seus perfis é o primeiro passo para garantir sua segurança na rede”, conclui Gutierrez. O pesquisador reforça ainda que é preciso entender como funcionam, falar sobre os riscos e supervisionar o uso adequado da tecnologia, o que pode tornar a experiência das crianças e adolescentes ainda mais proveitosa.

 

Conteúdos Relacionados

Security Report | Overview

Febraban alerta para o golpe do falso fornecedor

Criminosos investem em anúncios na internet e em plataformas online de serviços de manutenção para cometer crimes com o uso...
Security Report | Overview

Novo malware finge ser assistente de IA para roubar dados de brasileiros, afirma relatório

Pesquisa revela que golpistas estão usando anúncios no Google e um aplicativo falso de IA (DeepSeek) para instalar programa que...
Security Report | Overview

Brasil está entre os dez países com mais ameaças de malware, afirma pesquisa

Relatório indica nações que devem tomar precauções extras para tornar os sistemas corporativos mais resilientes contra ataques como ransomware
Security Report | Overview

Fraudes com Pix e QR Code crescem na América Latina, aponta pesquisa

Levantamento mostra as principais táticas utilizadas e os tipos de vulnerabilidades exploradas por criminosos ao realizarem fraudes financeiras em países...