Em 2020, quase 60% das organizações brasileiras terão o tema Segurança da Informação em sua pauta estratégica, muito desse percentual se deve à Lei Geral de Proteção de Dados. De acordo com as previsões da IDC, a Segurança segue pelo terceiro ano consecutivo no topo das prioridades dos decisores e deve atingir US$ 1,8 bilhão esse ano no Brasil.
E a LGPD é o assunto em destaque nessa equação. Ainda que haja uma incerteza sobre quando a lei entrará em vigor, os investimentos vêm avançando. De acordo com Luciano Ramos, gerente de Pesquisa e Consultoria da IDC Brasil, quase 2/3 de grandes e médias empresas locais estarão em processo de adequação ao longo de 2020, ou seja, elas avançam em conformidade e aceleram os investimentos.
“Essa jornada não é simples. Envolve tecnologia, processos, novos papéis dentro das organizações e, diferente de 2019 que a maior preocupação era no pilar pessoas, esse ano, teremos os processos como centro dos desafios empresariais”, destaca o executivo durante coletiva de imprensa sobre previsões do mercado de TIC, realizada hoje (05) em São Paulo.
Para Luciano Ramos, mesmo com a vigência da LGPD, veremos esse ano uma grande movimentação no requerimento de privacidade, ou seja, cidadãos pedindo para que seus dados sejam retirados nas bases das empresas. As organizações terão que descartar muitas informações mantidas de forma inadequada, na medida em que os usuários também se movimentam para controlar sua “pegada digital”.
De fato, o impacto para TI e negócios passa pela LGPD. Segundo a IDC, a definição de papéis está mais clara e é esperado mais de 75% das organizações criem uma figura equivalente ao DPO. Também serão necessárias ações de treinamento e conscientização de usuários, desenvolvedores e áreas de negócio sobre as práticas de privacidade em vários níveis.
Esse cenário geral sobre os dados das pessoas evidenciará onde ainda há GAPs a serem endereçados, não só em questões de processos técnicos, mas no cotidiano da operação das empresas.
Questionado se a LGPD impulsionou o mercado de Segurança como um todo fazendo com que o tema figure no topo das prioridades, o executivo enfatiza que sim. “Como interesse dos gestores e negócios, as regulamentações puxaram essa prioridade da SI. Mas se colocarmos o impacto em investimentos, nem tanto”, esclarece.
E falando em investimentos, a IDC prevê um avanço nos aportes em Segurança, principalmente alavancados pela LGPD e serviços especializados de consultorias, um crescimento esperado de 9,6% em 2020, atingindo US$ 456 milhões para esse ano. Aqui são contemplados os serviços como integração de tecnologia, capacitação, treinamento, consultoria de negócios e jurídica.
Já a atualização/adequação de aplicações gera um impacto positivo no mercado de desenvolvimento customizado, que deve alcançar US$ 968 milhões em 2020, numa retomada mais acentuada a partir de 2021 que se conecta ao movimento de modernização de aplicações e de cloud.