As questões relacionadas a identidades e credenciais estão mais no centro da Cibersegurança do que nunca, com os agentes hostis ampliando seus ataques contra esse vetor de acesso e as medidas conhecidas de proteção já não sendo suficiente para detectar um ataque desse estilo. Saber quem é o usuário do outro lado da tela, não apenas no momento do acesso, mas durante suas atividades dentro do ambiente, se tornou demanda crucial para a SI.
Essa percepção fica evidente quando se olha para o atual cenário de ameaças no Brasil. De acordo com uma análise feita sobre os ciberataques ocorridos em 2024 e registrados no Painel de Incidentes da Security Report, mais da metade (51%) dos incidentes cibernéticos no ano utilizaram identidades comprometidas como vetor inicial da invasão, driblando todas as estruturas de Seguranças implementadas contra malwares e outros agentes hostis.
O impacto gerado por esse acesso indevido fica claro também nos incidentes desse ano. A ocorrência mais marcante nesse ano, contra a provedora de TI C&M Software, foi causada justamente por uma credencial vendida a cibercriminosos. Na ocasião, a Polícia Civil de São Paulo prendeu provisoriamente o operador de TI da C&M, João Nazareno Roque, por vender suas credenciais de acesso por R$ 5 mil e executar comandos maliciosos internos por R$ 10 mil.
Na visão da Gestora de Inteligência Artificial e Cybersecurity na Embratur, Jackeline Almeida, Há uma união de baixo foco no usuário como perímetro do ambiente, bem como a falta de verificação de comportamento pós-login e de anomalias. Por isso, é necessário que as empresas avancem na governança das credenciais e automatização do ciclo de vida dos acessos, incluindo segregação de ambientes segundo padrões rígidos de confiança zero.
“A principal razão dos acessos comprometidos serem o vetor mais usado é a combinação entre o fator humano e o aumento da complexidade dos ambientes digitais. Invadir sistemas é mais complexo do que enganar pessoas ou explorar senhas fracas, e com a utilização de IA, o sucesso da engenharia social se potencializou ainda mais. Por isso, uma defesa moderna deve alinhar pilares de Segurança, combinado zero trust, conscientização e ferramentas”, disse ela.
A executiva, inclusive, participará da condução de um Painel de Debates no Security Leaders Nacional desse ano como curadora desse mesmo tema. A discussão sobre “Crise de Identidade & Acesso: A Senha Sumiu e o Risco Cresceu”, está marcada para as 11h do dia 22 de outubro contará ainda com a presença do Gerente de SI do Hospital Israelita Albert Einstein, Arthur Paixão; e do Superintendente de SI e CISO da AeC, André Frutuoso.
O Security Leaders Nacional é a última parada do roadmap de eventos do Security Leaders, que cruzou nove capitais do Brasil, levando discussões de alto nível e ampliando os espaços de networking entre os líderes e profissionais de Cibersegurança de norte a sul do país. O maior e mais qualificado evento de Segurança da Informação do Brasil ocorrerá nos próximos dias 22 e 23 de outubro, no Piso C do WTC. As inscrições estão abertas por este link e são gratuitos para empresas usuárias de tecnologia.