Para 2025, espera-se a tendência de um aumento na superfície de ataque voltada para explorações de Zero Day, através de recursos baseados em Inteligência Artificial. Como forma de endereçar essas questões, as estratégias de ação dos parceiros de tecnologia deve migrar para relacionamentos mais centrados em cliente do que em vendas, segundo analisam os executivos da Check Point Software.
Em entrevista para a Security Report, o Country Manager Brasil da Check Point, Eduardo Gonçalves alertou para as ameaça crescente de agentes hostis suportados por recursos de IA. O executivo analisa que, hoje, usuários mal-intencionados não precisam de proficiências em tecnologia para promoverem ataques de grande porte contra empresas maiores, já que recursos de Inteligência de Máquina encurtaram o caminho entre a preparação e o ataque.
“Temos visto o crescimento de ataques mais complexos vindos de diversos vetores diferentes, com vulnerabilidades descobertas em um dia e já exploradas no outro. Por meio da IA, esses processos se tornaram mais rápidos e perigosos, de sorte que as estratégias atuais para abordar esse tema precisarão ser repensadas por todo o mercado”, acrescentou Eduardo.
De fato, em estudo recente publicado pela Check Point Research, ciberataques impulsionados por ferramentas de IA deverão ser um dos grandes focos no próximo ano. Segundo a análise, agentes mal-intencionados usarão a tecnologia para gerar phishings personalizados e malwares adaptativos, enquanto os grupos menores deverão lançar ataques em larga escala sem conhecimentos avançados, “democratizando” o cibercrime.
Lidar com ameaças cada vez mais sofisticadas exigirá que as empresas usuárias e a indústria de Cyber Security realinhem seus planos estratégicos para garantir a proteção mesmo de parcelas pouco conhecidas da Infraestrutura. Conforme explica o CMO da Check Point Software, Shashi Kiran, mercados emergentes, como o brasileiro, devem se preparar para os impactos desses meios de ataque.
“Um ponto que precisamos ficar atentos, por exemplo, é que essa expansão das ameaças atingirá também o middle market, bastante importante em países como o Brasil. Frequentemente essas organizações não possuem altos investimentos para Segurança, e por isso, saber alinhar seus planos de ação, com aquilo que podemos oferecer de suporte, tende a ser bem mais eficiente”, disse o executivo.
Postura “Costumer Centered”
Com esse cenário posto no próximo ano, a companhia tem buscado trilhar essa jornada de forma universal, mantendo-se atenta às diversidades que cada mercado possui e, assim, oferecer formas de dar suporte às demandas que cada um. Essa postura “Costumer Centered” envolve dar enfoque à demanda específica do cliente, segundo o que ele compreende como melhor abordagem para a Segurança.
De acordo com Kiran, essa proposta será capaz de renovar como a Check Point e outros representantes da indústria de Cyber constroem suas parcerias no próximo ano “Nosso objetivo é assumir também esse papel consultivo com nossos parceiros, para entender seus ambientes e necessidades, nos movendo para a direção que eles julgam mais adequado para seus interesses”, conclui o CMO.