O ano de 2020 não ficará marcado só pela pandemia do novo coronavírus. O número de ataques envolvendo phishing – técnica que ilude o usuário fazendo com que ele clique em um link malicioso – cresceu neste ano.
As notícias sobre o Covid-19, seja para prevenir a doença, possíveis tratamentos ou mesmo informações sobre a doença foram usados como isca para atrair os usuários. E o Brasil está no top 10 de países mais afetados por essa pandemia cibernética.
De acordo com levantamento feito pela Check Point, 90% dos ataques bem-sucedidos acontecem via e-mail. Para explorar essas falhas humanas, as notícias sobre o Covid-19 foram um prato cheio.
Durante evento virtual Check Point <SECURE> Brasil, realizado na última quarta-feira (19), Gianmarco Daitx, especialista de Prevenção a Fraudes da companhia, mostrou que cibercriminosos exploram o lado psicológico das vítimas. O isolamento deixou as pessoas mais frágeis e suscetíveis a tristeza, depressão, ansiedade e outros aspectos psicológicos.
“Essa fragilidade facilita os ataques por meio do phsishing. Não adianta investir apenas em tecnologia e aparato técnico, os ataques sempre têm um lado humano”, pontua o especialista.
Segurança como habilitador de negócio
Se, por um lado, a pandemia acelerou os ciberataques, por outro, alavancou as estratégias de transformação digital. “Muitas empresas abraçaram o trabalho remoto. E as companhias brasileiras parecem mais dispostas a correr risco do que as americanas – 30% das empresas se diziam não estar preparadas para esse cenário e hoje apenas 2% mantém essa opinião”, acrescenta Luiz Monteiro, analista sênior da IDC, que também participou do Check Point <SECURE> Brasil.
Com o avanço dos ataques virtuais, as organizações enxergarem o potencial da segurança em TI como habilitadora de negócios – apenas 9% dos gestores de tecnologia viam o segmento de segurança como fomentador de novos negócios. Isso mudou e a SI vem conquistando seu espaço.
Para manter a continuidade de negócio e tornar os ambientes mais seguros, mesmo diante de cenários adversos como a pandemia, Gianmarco Daitx destaca que “uma das principais medidas é o controle do acesso às aplicações, evitando o roubo de credenciais a fim de prevenir a perda de dados”.
Monteiro explica que todas essas mudanças devem gerar mais faturamento para provedores de serviço e de soluções em VPN e NAC – “Muitas empresas vão focar no acesso remoto para permitir o trabalho à distância”.
Por outro lado, Monteiro ressalta que as empresas tentarão enxugar custos por conta da pandemia: “38% dos gestores de TI veem cenário mais competitivo e precisarão lutar por mais eficiência financeira e tentarão reduzir custos”, conclui o analista.