Por Alex Brito
No mês de março o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a resolução que lança oficialmente o Open Finance, projeto com abrangência de serviços, idealizado para substituir o Open Banking. Com a iniciativa, além do compartilhamento de dados e serviços relacionados a produtos bancários, também foram incluídas informações sobre outros serviços financeiros, como credenciamento, câmbio, investimentos, seguros, previdência e mais possibilidades de oferta de crédito e financiamento.
Esse cenário empodera os clientes que podem usar produtos em múltiplas organizações e cria uma nova fase de competição entre as instituições financeiras e um ambiente de inovação de serviços e produtos. Mas precisamos destacar outro ponto importante. Esse novo ecossistema proporciona brechas para que os fraudadores executem novos tipos de fraudes. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), foi registrado aumento de 60% nas fraudes financeiras no ano de 2021. E, diante das mudanças que estamos acompanhando neste ano de 2022, a perspectiva é que esse dado se intensifique.
Com o Open Finance, o grande desafio na prevenção de fraudes é entender o indivíduo em cada transação. Mas o fato é: nessa primeira fase haverá maior vulnerabilidade das interfaces e possibilidades de uso indevido de histórico de usuários para contas mulas e fraudulentas, por exemplo. Outro desafio é que as instituições terão que complementar seus scores de fraudes com um novo histórico. Neste contexto, a questão da biometria comportamental será fundamental.
A mudança ainda levanta novas questões sobre privacidade e proteção de dados, o que significa que as instituições financeiras precisam saber como trabalhar com os possíveis vazamentos de dados dos usuários. Para conseguirem lidar com todas essas situações, será preciso adaptar e implementar novas práticas. As organizações precisarão rever suas estratégias de análise de risco e monitorar os níveis de ações fraudulentas de maneira mais rigorosa e proativamente.
Além disso, entender como o cliente usa serviços, produtos e qual o seu comportamento, para então antecipar e identificar potenciais fraudes e garantir a segurança com o compartilhamento das informações.
Nesse novo cenário, as instituições financeiras precisam ficar atentas em educar seus clientes em como eles lidam com seus dados. Também precisa haver colaboração entre empresas para proporcionar uma boa experiência do consumidor, mas de maneira segura. Por exemplo, algumas organizações podem usar senhas e PINs e outras biometria para autenticação, podem ocorrer inconsistências que afetarão a jornada do cliente.
E por último, mas não menos importante, o uso de tecnologias como IA (Inteligência Artificial) e Machine Learning (aprendizado de máquina) são necessárias para colocar em prática estratégias sólidas para prevenção de fraudes. Claro, essas são apenas algumas das iniciativas que podem fazer a diferença. Mas e por aí, sua organização está preparada para o Open Finance?
*Alex Brito, Senior Tech Sales Executive Feedzai Brasil