O Nubank anunciou, por meio de comunicado enviado essa semana ao seu corpo de funcionários, que o time interno de Segurança da Informação detectou tentativas de dois colaboradores de sabotar os sistemas digitais da companhia. Segundo informam O GLOBO e o Valor Econômico, que tiveram acesso à mensagem, os dois profissionais teriam sido identificados e demitidos por justa causa.
“Agimos rapidamente para impedir que esses funcionários tomassem qualquer medida concreta em seu plano, utilizando nossas robustas defesas contra qualquer tipo de ameaça. Os funcionários foram imediatamente demitidos e denunciados às autoridades”, acrescenta o comunicado, assinado pelo CTO do Nubank, Eric Young.
O texto reforça ainda que situações de ameaça ao sistema financeiro constituem crime federal no Brasil, e recomenda que os funcionários que possuam alguma informação adicional sobre ações similares acionem os canais de comunicação corporativa com vistas a fornecer denúncias anônimas sobre o caso. A instituição também disse já estar em contato com as autoridades para entregar provas da tentativa de sabotagem.
Consultado pelo Valor Econômico, O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região disse em nota que foi informado pelo Nubank sobre a demissão por justa causa de mais dois funcionários. “O Sindicato solicitou uma reunião para tentar reverter as demissões e realizará uma plenária com os trabalhadores nesta quarta-feira”.
Os dois desligamentos também vem à esteira de uma onda de demissões por justa causa no Nubank, que vem enfrentando severos atritos com seus funcionários após o CEO da fintech, David Vélez, anunciar a transição do modelo interno de trabalho para híbrido a partir de 2026. Na reunião aberta no Zoom para anunciar a mudança, 12 outros funcionários foram dispensados também por justa causa, após proferirem mensagens ofensivas.
Não está claro, segundo as publicações, se as atividades de insiders relatadas agora estão relacionadas à essa crise entre os funcionários. O Nubank não se pronunciou após solicitação de posicionamento da Security Report, mas uma atualização será publicada tão logo haja algum desdobramento.
O fator humano é uma das camadas essenciais da Cibersegurança corporativa, podendo ser fonte de grande risco para os sistemas internos quanto o diferencial em uma situação de resiliência. Por isso, manter padrões de proteção focados em pessoas é fundamental, conforme ressaltou o Head de Prevenção a Fraudes do Itaú Unibanco, Victor Thomazetti, durante o Keynote de abertura do Security Leaders Nacional deste ano, cuja apresentação pode ser conferida no canal da TV Security no YouTube.
*Com informações de O GLOBO e Valor Econômico