A Proofpoint apresentou desdobramentos das últimas informações divulgadas pelo relatório “Human Factor” no último mês de junho. Os executivos da companhia apontaram novos recursos de Phishing como serviço, cuja função é usar engenharia social para expor mesmo as autenticações multifator e viabilizar acessos criminosos em ambientes corporativos.
Uma das ferramentas que se tornou bastante disseminada entre os ciberatacantes é o EvilProxy, vendido em larga escala na Dark Web como um método sutil de by-pass contra os MFAs. Assim como outros recursos vendidos em pacotes, ele possibilita usuários com poucos conhecimentos técnicos a gerar incidentes contra organizações protegidas.
Muito além do ransomware
“Como tudo nesse meio pode virar um negócio, o cibercrime organizado é movido por meios financeiros, e os hackers passaram a criar essas soluções e vendê-las em busca de retorno. Isso forma uma indústria criminosa que está indo além do ransomware e começa a se especializar em phishing para roubos de credenciais”, comenta William Rodrigues, Senior Sales Engineer da Proofpoint.
O funcionamento do EvilProxy é simples: o atacante entrega por e-mail ou outro canal um phishing clássico ao usuário, incluindo um link de acesso para alguma página conhecida e atraente. Todavia, a sessão de login supostamente legítima é, na verdade, uma réplica oferecida pelo malware, para gerar segurança no momento de ceder o cadastro.
Depois de o indivíduo adicionar, tanto os dados comuns quanto os autenticadores multifator, como tokens ou linha fixa, o EvilProxy repassa os dados ao serviço de acesso verdadeiro e recolhe as credenciais do usuário, que é direcionado a outra página falsificada acusando um problema do sistema ou pedindo a confirmação de outras credenciais sensíveis, como dados bancários.
Rodrigues explica que o uso do EvilProxy e métodos similares começou a se expandir a partir de outubro de 2022. E desde janeiro deste ano, houve um enorme pico de disseminação, devido a facilidade em sua aquisição e aplicação. O by-pass no MFA tem gerado grandes problemas às corporações desde então.
Quebrando a cadeia do Cibercrime
Durante a apresentação do relatório Human Factor, também se buscou falar dos melhores métodos de enfrentamento proativo aos ataques, de forma a reduzir o poder de ação do crime cibernético organizado. Por se tratar de esquemas exploradores do fator humano, a conscientização é uma resposta chave à essa demanda.
“Uma credencial vazada pode comprometer toda a estrutura de cibersegurança. Independentemente de qualquer controle, um único acesso permite escalar de privilégios e alcançar níveis mais altos de credenciais. Assim, manter os usuários atentos e preparados para enfrentar essas situações pode ser o diferencial”, disse William Rodrigues.
“Mesmo assim, criar defesas robustas deve ficar no radar de todas as empresas”, complementa Marcelo Bezerra, Gerente de Engenharia da Proofpoint. “Mas, nesse caso, é importante ser muito criterioso na aplicação dos investimentos em Cyber, focando nos principais vetores de ataque, como proteção de e-mail, web e mensagens que explorem as pessoas. Apenas a união entre educação e tecnologia pode responder a esse desafio”, concluiu.