Nova artilharia contra ciberameaças

De acordo com André Duarte, coordenador de Operações da Arcon Labs, tecnologias como bitcoin, blockchain e quantum key distribution são promessas de defesas contra ataques e interceptações de dados

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SIEM, Firewall, IPS, Endpoint Protection entre outras tecnologias são amplamente utilizadas no trabalho de cibersegurança das organizações. Mas o que há de novo? Novas ferramentas têm surgido e podem vir a nos ajudar a prevenir e detectar ameaças. Vejamos algumas delas.

 

O Bitcoin surgiu há alguns anos e sua adoção foi imediata. Trata-se de uma moeda virtual independente de bancos e que consegue um alto nível de segurança nas suas transações. Algumas empresas, inclusive, já aceitam esta moeda como forma de pagamento e, com isso, a mesma tem tido alta valorização desde seu lançamento.

 

Um dos fatores de sucesso do Bitcoin é sua tecnologia blockchain, que garante a integridade da informação verificando se esta foi visualizada ou modificada por alguém. Esta tecnologia foi tão bem aceita que começou a ser estudada para uso em instituições bancárias para movimentação de dinheiro e até por governos, como o dos EUA que já vê aplicações para suas armas nucleares e satélites militares.

 

Se inicialmente os bancos mantiveram distância do blockchain por conta da dificuldade de rastreamento do fluxo de dinheiro pelas agências reguladoras, em paralelo começaram a pesquisar e tentar aproveitar a sua velocidade, acurácia e eficiência.  E a primeira transação bancária internacional feita com blockchain ocorreu recentemente com sucesso entre as instituições Commonwealth Bank of Australia e Wells Fargo & Co. Agora é esperar o que vem pela frente.

 

Outra técnica em estudo para a segurança da informação de TI é a distribuição de chave quântica, do inglês Quantum Key Distribution (QKD). Usando mecânica quântica, dois grupos podem trocar uma chave aleatória que só estes conhecem para criptografar e descriptografar mensagens. Funciona como criptografia padrão de mercado, por isso também é chamada de criptografia quântica, mas com um enorme diferencial: é possível detectar se alguém, além dos envolvidos, tentou ler a chave (ataque man-in-the-middle). Isso se deve ao fato de que ao ler a chave uma anomalia é detectável devido às leis da física.

 

A técnica de QKD já foi usada com sucesso via fibra óptica, mas o primeiro país a lançar um satélite com esta tecnologia foi a China, com potencial para criar assim a maior rede quântica já vista.

 

Muito se fala sobre a velocidade das ciberameaças, mas, diante do desenvolvimento de novas tecnologias, é reconfortante saber que não estamos tão atrás. Apesar das promessas e potenciais, sabemos que elas, por si só, não resolvem todos os problemas. É preciso somá-las ao fator humano. Portanto, não é difícil concluir que, além de adotar boas tecnologias, é fundamental contar com especialistas em cibersegurança para utilizá-las em sua plenitude. A corrida pela segurança da informação ainda está longe de terminar.

 

* André Duarte é coordenador de Operações da Arcon Labs

 

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