Metade das empresas falha em recuperar sistemas após crises reais, afirma análise

Especialista alerta sobre riscos e crises que expõem vulnerabilidades ocultas, pois as empresas ainda falham em atingir metas de recuperação em incidentes reais

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A resiliência nas cadeias de suprimentos digitais está em xeque. Haja vista os recentes ataques no Brasil que atingiram empresas que conectam os bancos ao sistema de pagamentos PIX do Banco Central e à cadeia de suprimentos em saúde com o ataque à empresa brasileira MedicSolution. Embora organizações invistam em backup e continuidade, relatório recente da Veeam Software mostra que apenas 50% das empresas consegue cumprir seus objetivos de tempo de recuperação (RTOs) em situações reais de crise. “Muitas acreditam estar prontas, até descobrirem, no meio do problema, que não estavam”, informa Rick Vanover, vice-presidente de Estratégia de Produtos da Veeam Software.

À medida que cadeias globais se tornam mais complexas e dependentes de sistemas digitais, a visibilidade sobre aplicações e integrações passa a ser um requisito essencial de continuidade. No entanto, muitas empresas ainda operam em ambientes opacos, sustentados por softwares legados, integrações complexas ou sistemas de terceiros pouco compreendidos internamente. O especialista alerta que esse cenário gera “caixas-pretas tecnológicas” que atrasam respostas, dificultam recuperações e ampliam riscos em momentos críticos. “O problema se intensifica em setores nos quais as áreas de TI (Tecnologia da Informação) e OT (Tecnologia Operacional) trabalham de forma isolada, criando pontos cegos que comprometem a resiliência.

Da prevenção à recuperação

Vanover aponta que as estratégias modernas de resiliência precisam dar tanta importância à recuperação quanto à prevenção. “Não basta saber como um sistema pode falhar, é essencial entender quanto tempo de interrupção é tolerável e em quanto tempo a funcionalidade pode ser restaurada. Isso significa mapear dependências, testar regularmente em condições reais e se preparar para cenários diversos, inclusive aqueles em que parceiros externos podem não responder com a agilidade esperada”, explica.

Por isso, ampliar a visibilidade requer amadurecer a forma como a organização trata dados e colaboração. É a transição de uma postura reativa para uma consciência proativa dos sistemas. Quando líderes de TI e de cadeias de suprimentos alinham objetivos, é possível desenvolver uma visão mais holística do comportamento dos sistemas e dos riscos de negócio.“Quando as equipes falam a mesma língua sobre o comportamento dos sistemas e as necessidades de recuperação, a coordenação sob pressão se torna mais eficiente”, conclui Vanover.

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