Líderes de SI apostam em jovens talentos para solucionar GAP de mão de obra

Iniciativa “Devolvedores da Vida”, liderada por CISOs, mira jovens em comunidades espalhadas pelo Brasil e tem como objetivo acolhimento e desenvolvimento de carreira em Segurança da Informação e Cibernética

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O GAP de mão de obra em Cyber Security tem se tornado um dos pontos mais desafiadores para os CISOs. Para ter uma ideia, a pesquisa “(ISC)2 Cybersecurity Workforce Study 2022” informou que a escassez de profissionais na área de SI cresceu 26% em 2022 se comparada ao ano anterior.

 

A ausência de profissionais especialistas e qualificados no segmento tem levado os próprios líderes de SI a desempenharem novos papéis na Comunidade, criando iniciativas diferenciadas para não só reduzir esse GAP, mas também envolver jovens talentos na área.

 

Um desses projetos é o “Devolvedores da Vida”, liderado pelos executivos Longinus Timochenco, CISO na KaBuM!, e Abian Laginestra, Head de SI na Aliansce Sonae Shopping Centers.

 

A ideia do programa é mirar no jovem que está em uma comunidade brasileira e que pode ser um eventual profissional de Cyber Security no futuro. Em entrevista concedida à Security Report, Laginestra comenta que o mercado passa por uma grande falta de mão de obra, surgindo assim a iniciativa de ajudar jovens carentes e dar o suporte necessário em caso de interesse em seguir na área.

 

“Nosso objetivo é resolver o problema de falta de mão de obra, mas principalmente ajudar pessoas, transformando vidas para que olhem alguns anos depois e pensem em como aquele programa foi essencial para construir uma carreira. Queremos ajudar com mentoria e mostrar o melhor caminho a ser seguido”, comenta Abian.

 

Inicialmente, o projeto focará em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, áreas com grande falta de mão de obra, porém não exclusivas, já que o problema atinge todo o Brasil. “Estamos olhando para o Brasil. Depois que o programa estiver robusto e conseguirmos apoiadores, queremos ampliar esse projeto em todos os estados brasileiros”, explica Laginestra.

 

Para Longinus Timochenco, apostar nesse público pode ser a solução futura para resolver esse GAP, uma vez que o projeto é conectado com universidades. Segundo o executivo, haverá métodos para identificar esses profissionais e talentos que serão descobertos. “Criaremos perfis e vamos direcionar esses futuros profissionais. Estar conectado com essas instituições de ensino é mais um combustível para viabilizar esse projeto”, pontua Timochenco.

 

Na visão de Abian, existem vários mecanismos para amenizar esse GAP em Cyber Security. Uma das alternativas é apostar em pessoas +50 e +60, profissionais esses de Tecnologia da Informação que saíram da área ou estão aposentados, mas que possuem um forte background em ciência da computação e que têm muito a contribuir.

 

“Na minha equipe, tenho um colaborador nessa faixa etária e ele traz várias visões de mundo, ajudando os garotos mais novos a fazer relatório, algo que eu não tinha pensado. Comecei a perceber após dois meses que os e-mails, por exemplo, começaram a melhorar bastante, um efeito colateral dessa iniciativa de múltiplas gerações. A diversidade ajuda os times de dados e Segurança da Informação, porque pensa em soluções e camadas de defesa múltiplas, diferenciadas e de várias facetas”, explica Laginestra.

 

Próximos passos

 

Neste ano, o projeto começará a dar os primeiros passos, mas será necessário contar com o apoio do mercado e de patrocinadores para ganhar corpo e, principalmente, abraçar os jovens e influenciar pessoas. “Foi através da nossa história de vida que entendemos o que pode ser melhor, estamos falando de acessos para todos e não apenas as crianças carentes. Esse é o objetivo, levar conselhos e mentorias, mostrar o que existe, quais são os caminhos e que é possível alcançar grandes patamares”, acrescenta Timochenco.

 

Abian reforça que essas pessoas não terão acesso apenas ao conteúdo técnico, mas a profissionais que são grandes formadores de opinião na cultura de Cyber Segurança no País. Longinus ressalta ainda que não haverá restrição apenas a profissionais de Segurança, ou seja, o jovem poderá escolher a área que deseja seguir em sua vida.

 

Outro fator importante envolvendo o projeto é a existência de apoiadores financeiros e que acreditem no objetivo. “É fundamental ter patrocinador para ganhar escala. Queremos que a empresa parceira acompanhe o investimento e o desenvolvimento dos jovens para que os frutos possam ser colhidos por todos”, pontua Timochenco.

 

Para o projeto ganhar ainda mais força em todo o Brasil, Abian reforça: “Estamos precisamos de patrocinadores e de profissionais de alto gabarito que se disponibilizem para palestrar a esses jovens. Contamos também com o apoio dos CISOs e de toda comunidade, pois no futuro, esses novos profissionais podem atuar nas equipe dos líderes influentes do mercado”, conclui.

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