2A Netbr, especializada em tecnologias de acesso e identidade em ambientes de negócios, juntamente com sua parceira norte-americana Sailpoint, concluiu um levantamento sobre a visão das empresas brasileiras em relação a políticas de governança nessa área e seu nível de preparo técnico atual para cumprir as exigências da nova Lei de Proteção de Dados (LGPD).
O levantamento foi feito com cerca de 120 profissionais de TI e Segurança que participaram do seminário “Delivering end-to-end Identity management”, realizado pelas duas empresas, ao final de abril último.
O nível de conhecimento técnico das empresas em relação a metodologias de gestão da identidade é “incipiente” para 13% das empresas e “alto” para outros 12%. A grande maioria, no entanto, (75%) considera como “moderado” o domínio de suas empresas sobre o assunto.
A pesquisa apontou ainda que 69% das empresas se consideram pouco preparadas para atender à LGPD, com nível de conhecimento técnico abaixo de 50% do ideal, enquanto outros 31% consideram seu nível de preparo entre 50% e 75% do ideal.
Na avaliação de André Facciolli, diretor da Netbr, estes dados de baixo conhecimento relativo sobre a Lei podem parecer desanimadores, mas deve ser visto, na verdade, como indicadores positivos. “O que os números estão dizendo é que os responsáveis técnicos pelas políticas de acesso e identidade estão conscientes de suas defasagens e da necessidade de assimilar um grande volume de novos conhecimentos que surgiram a partir da consolidação do ambiente em nuvem”, afirma Facciolli.
O alinhamento de processos internos de acesso e controle da identidade é apontado por 60% dos entrevistados como principal iniciativa já adotada para aderência à Lei de Proteção, enquanto 40% se declaram na fase de adoção de ferramentas de TI e segurança adequadas à normativa. Como medidas secundárias, 33% das empresas apontaram iniciativas de ordem jurídica ou educativa enquanto 6,7% mencionaram iniciativas de redesenho de aplicações visando a conformidade com a norma.
O estudo da Netbr e Sailpoint identificou também que 53% das empresas preveem investimentos em governança de bancos de dados como medida prioritária em face da LGPD. Já para 48% o principal investimento se dirige a tecnologias específicas de governança e administração da identidade. Em um patamar semelhante (47%), aparece a monitoração de acesso de bancos de dados, seguido do fortalecimento do controle de acesso interno (33%), e do acesso a clientes (26%). A adoção de cofre de senhas e acesso privilegiado é tida como prioridade para 33% das empresas e a adoção de ferramentas de controle de acesso (RBAC, ABAC ou PBAC) foi apontada por 13% dos entrevistados.
Ainda segundo Facciolli, o mercado já compreendeu que é praticamente impossível se pensar em proteção de dados sem uma política clara de gestão de identidade e acessos, principalmente diante da complexidade das conexões na nuvem. “Hoje a rede é acessada por uma multiplicidade de usuários humanos ou apenas lógicos, externos e internos e até, em alguma medida, estranhos à organização, como clientes, fornecedores e parceiros. Com isto as empresas como um todo perderam a confiança em seus esquemas de segurança baseados na proteção de um perímetro”, completa o diretor.
A composição da amostragem utilizada pelas duas empresas incluiu 52% de analistas de TI ou segurança da informação, enquanto outros 58% eram profissionais de nível C (gerentes e diretores).