A chamada Internet das Coisas (IoT), a tecnologia que promete conexão entre objetos do nosso cotidiano, como óculos, relógios e até roupas é considerada uma tendência que vai abranger inúmeras áreas de atividades e negócios. De acordo com pesquisa da Harbor Research, tecnologias inteligentes para esportes e fitness estão entre as áreas líderes para o desenvolvimento de soluções para Internet das Coisas.
A influência que IoT terá na evolução do esporte está em possibilitar que os atletas saibam exatamente o motivo que os levou a ganhar ou perder uma competição. Para atletas profissionais, a coleta e a análise de dados são fundamentais para traçar metas e entender como chegar aos melhores resultados.
Enquanto nadadores atravessam piscinas em velocidades cada vez maiores e os lances em uma partida de golfe são continuamente mais precisos, a Internet das Coisas vai ser peça chave para ajudar nesse trabalho de mensurar a evolução dos atletas. Além dos wearables, dispositivos vestíveis que captam informações por meio de sensores, a IoT nos esportes promete estar em tacos de golfe, raquetes de tênis e capacetes conectados. Todos esses equipamentos estarão prontos para fornecer uma série de informações que passarão a trafegar na rede em tempo real.
Ao passo que mais objetos se conectam, o grande volume de informações armazenadas e em trânsito geram dois grandes desafios técnicos: 1) processar dados de forma eficiente e 2) trafegar essas informações de maneira fluida nos meios de conexão que temos hoje. Para endereçar esses desafios, deve-se considerar soluções que contribuam para a gestão inteligente de um parque de servidores, apoiando-se na virtualização, e em tecnologias para melhorar o uso dos meios de conexão disponíveis para acessarmos dados que estão na nuvem.
A segurança é outra preocupação constante da Internet das Coisas, assim como na tecnologia em geral. Quando todos os dados do desempenho de um atleta estão trafegando na rede sem uma forma segura de transmissão, essas informações ficam à mercê de hackers, que podem, por exemplo, buscar números sobre as fraquezas do atleta para entregá-las ao adversário. Não são apenas indicadores como batimento cardíaco e transpiração, mas sim se o atleta errou e acertou e também o que precisa melhorar para atingir o desempenho desejado.
Deve-se prevenir de vazamentos em três instâncias “na ponta”: no trânsito de dados entre o dispositivo e o receptor – o computador ou tablet; na segurança do próprio wearable; e no equipamento onde as informações ficam armazenadas. A virtualização de aplicativos pode prover esta camada de segurança ao dispositivo móvel, tablet ou PC, mandando os dados para o data center o mais rapidamente possível sem armazenar nada no equipamento do usuário.
Mais dispositivos, sensores e coisas levarão a mais dados em movimento e garantir que esses fluxos de informações estejam seguros representa um novo desafio. O amadurecimento das ferramentas de segurança que vemos hoje no mercado nos permite ser otimistas em relação ao sucesso da Internet das Coisas em várias verticais. No esporte, prover em tempo real os dados de desempenho do atleta é um movimento que confirma a importância da tecnologia para chegar no pódio.
* Luis Banhara é diretor-geral da Citrix no Brasil