A importância do compartilhamento de informações para o setor financeiro

Banco Central anuncia a criação de normas específicas para ampliar a segurança das instituições, de forma a auxiliar na elaboração de medidas gerais de proteção

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Em 2016, o uso de mobile banking respondeu por 34% do total das transações financeiras, superando o internet banking. Os dados são da Febraban e demonstram mais confiança do consumidor nas práticas de segurança utilizadas pelos Bancos. No entanto, o risco de ciberataques continua no topo das prioridades de diversas instituições bancárias, tanto que o Banco Central anunciou recentemente a criação de normas específicas para ampliar a segurança do setor, e o compartilhamento de dados tem um papel fundamental nesse processo.

 

Com o aumento destes ataques, o Banco Central identificou a necessidade de aumentar a resiliência do sistema financeiro e os bancos agora precisarão apresentar as suas políticas de cibersegurança, as tecnologias adotadas e como reagiriam em casos de ataque, de forma a auxiliar na elaboração de medidas gerais de proteção.

 

“Não devemos esperar que todas as informações estratégicas envolvendo segurança sejam compartilhadas, principalmente por questões de privacidade e sensibilidade. Mas se as instituições financeiras fizerem isso para 80% dos casos, já teríamos um grande avanço na luta contra a fraude financeira e o crime organizado”, avalia Carlos Cortizo, gerente de Sistemas de Engenharia da Fortinet.

 

O especialista afirma que esse processo de compartilhamento de informações ainda está em fase inicial no Brasil, por meio da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). No entanto, ele explica que há vários bons exemplos locais ao redor do mundo a serem seguidos, como o Financial Services Information Sharing and Analysis Center, Canadian Bankers Association, ENISA, entre outros.

 

Importante ressaltar que o Financial Stability Board foi criado para coordenar os esforços das instituições financeiras a nível mundial contra as ciberameaças existentes e também realizar tarefas proativas de avaliação de segurança do setor, recomendando as melhores práticas e regulações. “Em março de 2017, o G20 reuniu os primeiros ministros de finanças e os presidentes dos Bancos Centrais para colocar em pauta a questão da cibersegurança no setor financeiro”, destaca Cortizo.

 

Desde 2015, a Febraban não divulga quanto o setor perde com fraude bancária (o último valor publicado foi de R$ 1.8 bilhão. “Mais do que o valor do prejuízo, a instituição deveria publicar os tipos de fraudes, quando ocorreram e como a população poderia participar da solução”, avalia. Segundo o executivo, “omitir esse tipo de informação parece muito mais uma forma de proteção por ocultação do que uma estratégia de melhoria do sistema bancário contra fraudes”.

 

“A indústria está preparada para oferecer soluções avançadas de automação, inteligência artificial e inteligência contra ameaças para que o segmento financeiro se proteja dos ataques cada vez mais sofisticados que estão surgindo”, finaliza.

 

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