IA é aposta dos bancos para impulsionar eficiência, produtividade e personalização

Durante a Febraban Tech, CIOs discutem como o uso da IA generativa pode avalancar os negócios no setor bancário, mas destacam também a necessidade de governança, escala e qualificação para ampliar os benefícios de implementação

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A GenAI já não é mais uma promessa futura no setor bancário brasileiro, ela é realidade. Essa foi a mensagem central do painel que reuniu os CIOs do Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Caixa e Santander no segundo dia da FEBRABAN Tech, que acontece nesta semana em São Paulo. Os executivos relataram como a IA Generativa tem sido incorporada tanto em processos internos quanto no atendimento ao cliente, mas também alertaram para entraves importantes que limitam a escalabilidade da tecnologia.

 

A perspectiva é de que essa tecnologia se torne uma infraestrutura essencial nas áreas de negócio, sendo incorporada como um recurso estratégico para inovação e eficiência. Há um consenso de que a tecnologia oferece ganhos potenciais em eficiência, personalização e produtividade, mas seu uso exige cautela e planejamento.

 

 

No entanto, esse avanço exigirá novas posturas quanto à segurança, à governança e ao compliance. Questões como fraudes automatizadas, decisões errôneas escaladas pela IA e a ausência de uma regulação clara foram destacadas como pontos de atenção. “É fundamental garantir que os modelos estejam sob supervisão humana e que respeitem limites éticos e técnicos bem definidos”, pontuaram os CIOs.

 

 

Entre os principais desafios mencionados estão o alto custo de implementação, a ausência de métricas claras de valor agregado, a escassez de talentos especializados e a dificuldade em adaptar os sistemas legados à nova realidade digital. Mesmo com esses obstáculos, os bancos têm explorado usos específicos da GenAI, com foco na automação e na eficiência operacional.

 

Edilson Reis, CIO do Bradesco, destacou a evolução das soluções de atendimento com IA. “Temos a BIA, nossa assistente virtual que utiliza GenAI para interações com os clientes, e a BIA Corporativa, voltada para apoiar nossos colaboradores com respostas rápidas e precisas no dia a dia”, comentou.

 

 

Governança e escassez de talentos

 

A governança de dados emergiu como uma das principais preocupações dos líderes. Christian Flemming, CIO do BTG Pactual, reforçou que uma base de dados desorganizada pode comprometer completamente os resultados da IA. “Se aplicarmos GenAI sobre dados inconsistentes, o retorno tende a ser impreciso e até arriscado”, afirmou.

 

 

Além disso, a escalabilidade das soluções de GenAI ainda enfrenta barreiras estruturais. “Nos laboratórios, tudo funciona bem. Mas, ao migrar para ambientes de produção, enfrentamos desafios técnicos que inviabilizam a adoção em larga escala. O risco de falhas se torna muito maior”, alertou novamente Edilson Reis, do Bradesco.

 

 

Outro ponto consensual entre os participantes foi a necessidade de formar novos talentos com habilidades específicas em GenAI. A escassez de profissionais qualificados foi considerada um gargalo para o desenvolvimento sustentável da tecnologia nos bancos.

 

 

A formação de times multidisciplinares, com conhecimento técnico e visão de negócio, foi apontada como uma estratégia necessária para viabilizar a IA como diferencial competitivo. “Precisamos de profissionais capazes de entender os modelos de linguagem e também de identificar riscos operacionais e regulatórios”, comentou um dos executivos durante o painel.

 

 

De acordo com os CIOS, as instituições caminham para integrar a GenAI como parte de sua infraestrutura digital, mas o sucesso dessa jornada dependerá da governança, da capacitação dos times e da capacidade de escalar a tecnologia sem comprometer a segurança e a conformidade regulatória.

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