O projeto intitulado “Hackers do Bem” contará com a execução do Senai e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) com o objetivo de formar 30 mil novos especialistas em SI pelos próximos três anos. De acordo com representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia, agir sobre o GAP de mão-de-obra será essencial para a proteção cibernética do poder público e das empresas
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta semana, em Brasília, o programa Hackers do Bem, com o objetivo de atender a demanda de profissionais para as áreas de Cibersegurança e privacidade. A iniciativa vai receber R$ 32,6 milhões em recursos da Lei de TICs e será executada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o Senai.
Serão capacitados de forma gratuita estudantes do Ensino Técnico, Médio e Superior, além de profissionais da área de tecnologia em busca de especialização ou migração de área. O programa oferecerá inicialmente cinco cursos nos níveis de nivelamento, básico, fundamental, especializado e residência tecnológica. Ao todo, 30 mil profissionais devem ser formados nos próximos 36 meses.
“O Programa Hackers do Bem possui um valor estratégico para o Brasil ao contribuir diretamente com a qualificação profissional e ao estruturar elementos fortalecedores do ecossistema de Cibersegurança. Os resultados geram avanços do País em uma área crítica, que afeta de uma forma holística diferentes setores econômicos e refletem também na sociedade e na vida dos cidadãos”, avalia a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Segundo o coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, Rubens Souza, atualmente, o número de profissionais capacitados não atende às demandas atuais do setor.
“Hoje, só no Brasil, o déficit de mão de obra qualificada em Segurança da Informação e privacidade é de quase 330 mil profissionais. E essa demanda é crescente, pois as tecnologias da comunicação estão em constante evolução. Isso exige cada vez mais gente preparada para operar as ferramentas tecnológicas de defesa que inibem os ataques dos ‘hackers do mal’”, pontua Rubens Souza.
Além de capacitar profissionais ao mercado, o “Hackers do Bem” pretende construir um hub nacional de Cibersegurança, com o objetivo de fortalecer o ecossistema brasileiro de proteção cibernética e envolvendo instituições, associações, governo, reguladores, aceleradores, empresas, startups, empreendedores e alunos. A ação prevê ainda o fomento do ecossistema de inovação e formação de empreendedores para área e desenvolvimento de projetos de P&D.
“A digitalização é uma importante ferramenta na agenda de competitividade da indústria, sendo o profissional de cibersegurança fundamental para proteger as empresas das vulnerabilidades do ambiente digital. Com esse programa, juntos, vamos impactar muitas pessoas, gerando empregos e fornecendo as pessoas capacitadas que a indústria precisa”, garante o diretor-regional do Senai-SP, Ricardo Figueiredo Terra.