Época de muita folia, despreocupação e multidões, o carnaval amplia os riscos de golpes, alerta FEBRABAN. Quadrilhas aproveitam a aglomeração de pessoas e a distração no momento dos pagamentos para aplicar o golpe da troca do cartão, o mais comum neste período do ano, que não se concentra apenas nos quatro dias de folia. Hoje em dia, são cada vez mais comuns programações que começam até um mês antes da celebração oficial e se estendem até depois da quarta-feira de cinzas. E a ação dos golpistas acompanha esse calendário.
Eis como a coisa funciona: o golpista se passa por um vendedor ambulante e entrega a maquininha para o cliente digitar a senha do cartão. O falso vendedor se aproveita de um momento de distração do comprador e presta atenção na senha que está sendo digitada, ou usa algum truque e desvia a atenção do comprador para que a vítima digite a senha no campo destinado ao valor da compra, o que permite ao bandido descobrir o código secreto. Ainda aproveitando a falta de atenção do comprador, o golpista troca o cartão e devolve outro muito parecido. A troca só é percebida muito tempo depois, quando a pessoa tentar usar o cartão.
Redobrar a atenção ao realizar compras, independentemente do lugar, é a principal forma de evitar ser vítima de golpes como esse. “Fique sempre atento ao seu cartão e confira a devolução. Veja se os números da sua senha estão aparecendo na tela quando você a digita: isso não pode acontecer; lembre-se que o campo de senha mostra apenas asteriscos”, alerta Adriano Volpini, diretor da comissão de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN.
É muito importante comunicar ao banco o roubo, furto ou perda do celular o mais rápido possível. Esses problemas são muito comuns em locais com grande aglomeração de pessoas, como é o caso dos blocos de carnaval. “Quando a pessoa tem seu celular roubado, ela se lembra de fazer o boletim de ocorrência e avisar a empresa de telefonia e a operadora do cartão de crédito. Quase ninguém lembra de avisar ao banco”, alerta Volpini.
Esse descuido pode ter consequências graves. Se o ladrão conseguir desbloquear o celular, ele poderá ter acesso à conta da vítima pelo aplicativo do banco, por exemplo.
Em geral, os bandidos têm técnicas de convencimento, por meio de e-mails ou mensagens falsas, para induzir a vítima a informar as senhas de desbloqueio do aparelho celular, onde, por vezes, são guardadas informações que permitem o acesso ao aplicativo bancário. “Desconfie sempre, principalmente de links enviados, a orientação é a própria pessoa acionar a operadora para pedir o bloqueio”, afirma Volpini.
Por isso, acrescenta o executivo, “é importante comunicar ao banco o roubo do celular assim que perceber que não está mais com o aparelho. Assim, a instituição financeira poderá bloquear a conta e impedir que os bandidos realizem qualquer operação”, completa.