O trabalho remoto, uma tendência que emergiu durante a pandemia, foi aos poucos reavaliado pelas organizações desde o final de 2021, mas muitas se mantiveram no modelo à distância. No último semestre, muitas empresas que ainda mantinham seus funcionários em home office ou em um esquema híbrido, resolveram começar um movimento de volta ao presencial.
Segundo dados da consultoria PwC, 9% dos profissionais no Brasil atualmente seguem trabalhando integralmente de forma remota. Mas, uma pesquisa do Resume Builder com mais de mil tomadores de decisão mostrou que 90% das empresas planejam pressionar os funcionários a retornar ao presencial até o final de 2024. Apesar da pesquisa ter sido realizada em outros países, é possível observar um movimento semelhante no Brasil.
Com a entrada do novo ano, mais empresas tradicionais colocaram em prática o plano de retorno. É o caso do Itaú, maior banco da América Latina. Parte de suas equipes deve voltar ao presencial ao menos de quatro a oito dias por mês. Dos 85 mil funcionários da instituição financeira, 42% atuam o tempo todo no presencial. Os outros 58% estão no modelo híbrido, seja com uma escala pré-definida ou com a obrigação de comparecer um mínimo de dias aos escritórios.
Essa volta à ‘normalidade’ traz questões de segurança para as organizações, que precisam ser cuidadosamente ponderadas. Ao passo que as organizações saem do modelo remoto para retornar ao presencial, a segurança cibernética torna-se um ponto crucial, que deve ser levado em consideração para que as companhias não sofram ataques virtuais.
Boas práticas podem mitigar riscos de cibersegurança
Com a volta aos escritórios, seja em um modelo 100% presencial ou híbrido, as empresas enfrentam o desafio de conciliar as vantagens do trabalho flexível com a necessidade de proteger suas redes e dispositivos contra possíveis ataques.
“Os dispositivos utilizados durante o trabalho remoto, bem como as redes domésticas, podem representar brechas de segurança quando reintroduzidos nos ambientes corporativos. Nesse sentido, a educação contínua dos colaboradores sobre práticas de segurança cibernética e a implementação de políticas rigorosas são fundamentais para mitigar riscos”, recomenda Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine no Brasil.
Outro fator importante, segundo o profissional, é investir em soluções que consigam atender as necessidades de cada segmento. “As empresas estão investindo em soluções de cibersegurança mais avançadas, como autenticação multifatorial, criptografia de dados e monitoramento proativo de ameaças. Essas medidas visam proteger não apenas a infraestrutura de TI, mas também os dados confidenciais, garantindo a segurança em qualquer ambiente de trabalho, seja ele físico ou remoto.”
A ManageEngine listou abaixo três dicas que empresas que estão vivenciando essa transição entre remoto, híbrido e presencial podem implementar para se proteger das ameaças:
Atualização e manutenção contínua – Empresas devem se certificar de que todos os dispositivos, incluindo computadores, laptops e dispositivos móveis, estejam atualizados com os últimos patches de segurança e atualizações de software. Isso ajuda a corrigir vulnerabilidades conhecidas e fortalecer a proteção contra possíveis ameaças.
Políticas de segurança e conscientização dos funcionários – Novas políticas de proteção claras devem reforçar a conscientização dos funcionários sobre as melhores práticas de segurança cibernética. O uso de senhas fortes e autenticação multifatorial devem ser incentivados e os riscos associados a phishing, engenharia social e downloads não autorizados precisam ser alvos de conscientização.
Implementação de soluções de segurança avançadas – Investir em soluções de segurança avançadas, como firewalls, antivírus, detecção de intrusões e sistemas de prevenção de perda de dados são medidas essenciais. Elas devem ser acompanhadas por políticas de acesso restrito e criptografia de dados sensíveis para garantir a segurança dos dados, independentemente do local de trabalho.