A Sophos publicou um novo relatório de pesquisa setorial, o “The State of Ransomware in Manufacturing and Production 2021“, que revela que as empresas do setor de manufatura e produção são as menos propensas (19%) a pagar pedidos de resgate para ter seus arquivos restaurados, além de ser o mais provável (em 68%) a restaurar os dados dos backups.
A prática de fazer backup de dados pode ser a razão pela qual este setor também foi o mais afetado por ataques de ransomware baseados em extorsão, uma técnica de pressão em que os invasores não criptografam arquivos, mas ameaçam vazar informações roubadas online se um pedido de resgate não for pago. A pesquisa estudou a extensão e o impacto dos ataques de ransomware durante 2020.
As descobertas da pesquisa para o setor de manufatura e produção incluem:
• 36% das empresas pesquisadas foram atingidas por ransomware em 2020;
• 9% das vítimas de ransomware foram atingidas por ataques baseados em extorsão, em comparação com a média global de 7%;
• O custo médio de recuperação de ransomware foi de US$ 1,52 milhão, menos do que a média global de US$ 1,85 milhão.
“A alta capacidade do setor de restaurar dados de backups permite que muitas empresas recusem as demandas do invasor por pagamento no caso de ataques de ransomware tradicionais baseados em criptografia”, explica Chester Wisniewski, Principal Cientista de Pesquisa da Sophos.
As descobertas também mostram que as empresas de manufatura e produção se preocupam mais do que qualquer outro setor em serem atacadas por um ransomware no futuro. Assim, 60% dos entrevistados disseram que isso ocorre porque os ataques são tão sofisticados que se tornaram mais difíceis de impedir, enquanto 46% acreditam que, como o ransomware é tão predominante, é inevitável que sejam atingidos pelo crime cibernético.
À luz dos resultados da pesquisa, os especialistas da Sophos recomendam as seguintes práticas para as organizações de todos os setores:
1) Assumir que a organização será atingida. O ransomware continua altamente prevalente. Nenhum setor, país ou porte de organização está imune ao risco. É melhor estar preparado e não ser atingido do que o contrário;
2) Fazer backups frequentes. Os backups de rotina são o principal método que as organizações usam para recuperar seus dados após um ataque. Mesmo que elas paguem o resgate, os invasores raramente devolvem todos os dados, portanto, os backups são essenciais de qualquer maneira. É fundamental procurar uma abordagem que envolva pelo menos três cópias diferentes, usando pelo menos dois sistemas de backup distintos e com pelo menos uma cópia armazenada off-line e, de preferência, fora do local;
3) Implantar proteção em camadas. Levando em conta um aumento considerável de ataques baseados em extorsão, é mais importante do que nunca, em primeiro lugar, manter os adversários fora da rede. Por isso, é essencial usar proteção em camadas para bloquear invasores em todos os pontos possíveis;
4) Combinar especialistas humanos e tecnologia anti-ransomware. A chave para parar o ransomware é a defesa em profundidade que combina tecnologia anti-ransomware e busca por ameaças liderada por humanos. A tecnologia fornece escala e automação, enquanto os humanos são mais capazes de detectar as táticas, técnicas e procedimentos que indicam quando um cibercriminoso está tentando invadir. Para reforçar as habilidades internas, é importante pedir o suporte de uma empresa especializada em segurança cibernética. Os Centros de Operações de Segurança (SOCs) agora são boas opções para organizações de todos os tamanhos;
5) Não pagar o resgate, se essa for uma opção. Independentemente de quaisquer considerações éticas, pagar o resgate é uma forma ineficaz de obter dados de volta. A pesquisa da Sophos mostra que, depois que um resgate é pago, os adversários restauram, em média, apenas dois terços dos arquivos criptografados;
6) Ter um plano de recuperação de malware, testá-lo e atualizá-lo continuamente. A melhor maneira de impedir que um ataque cibernético se transforme em uma violação total é se preparar com antecedência. As organizações que são vítimas de um ataque geralmente percebem que poderiam ter evitado muitos custos e interrupções se tivessem um plano de resposta a incidentes em vigor.