Do medo à estratégia: a mudança no discurso da Cibersegurança

No Security Leaders Recife 2025, Roberto Arteiro aborda como o CISO “vende” internamente os projetos de SI. Ele defende que o apelo baseado em ameaças perdeu força, a narrativa mais estratégica é a que mantém relevância nas decisões corporativas

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Durante o Security Leaders Recife 2025, Roberto Arteiro, fundador da ITXPRO, defendeu a necessidade de mudar a forma como as estratégias de segurança são apresentadas às empresas. Para o especialista, o discurso tradicional, baseado no medo das ameaças, já não encontra a mesma receptividade entre as lideranças corporativas. 

 

Em sua apresentação, Arteiro destacou que vender segurança pelo viés do medo transforma o profissional em um “profeta do caos”, uma abordagem que até pode funcionar no início, mas perde efeito com o tempo. “O resultado é previsível: CISOs e gestores de Segurança acabam sendo menos chamados para reuniões estratégicas e, quando participam, recebem pouco reconhecimento pelos projetos apresentados”, alerta o executivo. 

  

Da prevenção ao crescimento 

  

Arteiro defende uma mudança de paradigma para as negociações dos líderes de SI. Segundo ele é preciso substituir a narrativa da catástrofe iminente pela visão estratégica de oportunidade de negócio. Em vez de convencer o CFO com um cenário de falência digital, o CISO pode mostrar como um projeto de Segurança pode reduzir o custo de capital da empresa, tornando financiamentos mais baratos, por exemplo.    

 

Para ilustrar, o especialista recorreu à dinâmica do setor financeiro, na qual os bancos conseguem multiplicar sua capacidade de empréstimo quando reduzem o risco. “Se um projeto de Segurança provar que diminui o risco em 0,5%, o banco pode liberar mais crédito e lucrar bilhões. A decisão de investimento é imediata”, explicou. 

  

Conhecer o negócio é fundamental 

  

O ponto central da mudança, segundo Arteiro, é que líderes de cibersegurança precisam entender profundamente o modelo de negócios da empresa. “É importante que líderes conversem com as áreas comerciais e de negócios para entender: Como a empresa ganha dinheiro? O que a impede de ganhar mais? O que poderia fazer para aumentar o faturamento? Sem essas respostas, o discurso continuará restrito a termos técnicos e dependente da área de TI, se mostrando pouco relevante para o board”, completa.   

  

Do medo ao resultado 

  

A proposta do especialista é mudar a postura de como os líderes de Segurança vendem seus projetos para ter maiores aprovações dos C-levels. Segundo ele é preciso colocar gestores de SI como “arquiteto de crescimento”, alguém que fala a linguagem do negócio, colabora com áreas como comercial e financeiro e apresenta a Segurança digital como ativo estratégico.  

  

“Quem gera resultado real ganha mais espaço, mais orçamento e mais reconhecimento. O jogo não é provar que o mundo vai acabar sem o seu projeto, mas sim, mostrar que, com ele, a empresa cresce e lucra mais”, conclui. 

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