Em alta no mercado tecnológico, a Segurança da Informação é um tema que vem conquistando espaço nas organizações de todos os portes e segmentos. A área ganha cada vez mais impulso à medida que novas ameaças surgem e casos de vazamento de dados se tornam públicos. Segundo o Gartner, as instituições investirão um total de US$ 96 bilhões em soluções de SI até o final deste ano, um aumento de 8% em relação a 2017. A previsão cria uma grande movimentação para a indústria fornecedora, tornando o mercado mais competitivo, atraindo novas marcas para o País, mas também fomentando o mercado tecnológico nacional.
O mais novo exemplo de como o cenário brasileiro está se movimentando com esta alta da SI pode ser visto por meio do investimento de R$ 6 milhões do Fundo Criatec 3, criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e gerido pela Inseed Investimentos, na BluePex, empresa genuinamente brasileira que está há 20 anos no mercado.
Do surgimento até os dias de hoje, a empresa chegou a oferecer inúmeros serviços relacionados à TI, mas sempre com um viés de Segurança. “Como é difícil vender Segurança da Informação, então é preciso vender outros serviços agregando ela como adicional”, afirma Jeferson Penteado, CEO da BluePex. A empresa atua especialmente para uma fatia do mercado bem desafiadora: pequenas e médias empresas.
Com foco em companhias entre 50 e 500 funcionários, o executivo explica que a tecnologia nacional não deve nada a estrangeira. Na verdade, Penteado acredita que a solução tipicamente brasileira tem um diferencial positivo, ainda mais quando a empresa teve durante anos o Exército Brasileiro (EB) como um dos seus principais clientes.
Em 2012, a BluePex venceu a licitação para ter o EB como seu usuário. O projeto foi fechado com o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro (Ccongex), compreendendo a instalação do AVWARE (antivírus nacional produzido pela empresa) e a construção de um laboratório de ameaças. A contratação atendia as solicitações da Estratégia Nacional de Defesa, que era principalmente o uso de uma solução de antivírus desenvolvida em território nacional.
A experiência acumulada durante esses dois anos de trabalho em conjunto serviu como um grande aprendizado, hoje incorporado nos projetos desenvolvidos até então. “Para termos o nosso produto aprovado pelo EB, tivemos que passar por inúmeros desafios, como testes, certificações, etc.”, relembra o executivo.
Outro diferencial, segundo Penteado, é que a tecnologia de segurança nacional prioriza as ameaças tipicamente regionais, sem desconsiderar as globais. “Temos parceiros globais que nos permitem ter as mesmas atualizações que as grandes companhias”, destaca. O executivo assume que é difícil competir com a fornecedoras estrangeiras, já que preços e recursos são similares, mas o produto brasileiro ainda tende a ser visto como “segunda linha” por alguns empresários.
O CEO da BluePex aposta ainda na entrega do serviço como diferencial competitivo e aproveitará o investimento fornecido para expandir sua rede de canais e parceiros, novos produtos e marketing. Penteado também aproveita a criação do Conselho para auxiliá-lo com governança, decisões de negócios e no processo contínuo de crescimento, que tem sido de 25% nos últimos anos.
Com foco em oferecer soluções de firewall, antivírus, backup, e-mail e gestão de rede para PMEs, a BluePex anunciou recentemente o lançamento de uma nova plataforma de segurança em nuvem. Entre os recursos disponíveis no software estão a informação de vazamento de senha, verificação de invasões e a possibilidade de consultar se os e-mails corporativos estão funcionando corretamente.