Cyber na América Latina: Proteção de PMEs é demanda de primeira hora?

Hoje, as Pequenas e Médias Empresas representam a maioria das organizações ativas na região e, de acordo com recente análise da SonicWall, também são as que mais foram impactadas no alto crescimento de ataques com ransomwares sofisticados. Na visão do Executive VP LATAM da empresa, Oscar Chavez-Arrieta, compreender o cenário de cada companhia e ajustar as estratégias para cada realidade é a resposta mais efetiva

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As Pequenas e Médias Empresas representam uma fatia essencial da economia latino-americana, e por isso enfrentam um cenário desafiador, com a chegada de novas e sofisticadas ameaças digitais. Nesse sentido, a percepção do Executive VP LATAM da SonicWall, Oscar Chavez-Arrieta, é de que organizações e poder público precisarão reformar suas posições estratégicas de SI segundo as demandas específicas de cada um deles.

 

O C-Level conta, em entrevista para a Security Report, que mais de 90% das organizações ativas na região são categorizadas como PMEs, e por isso, seu papel para as economias locais é mais importante do que em qualquer outro local do mundo. Justamente por isso, as ameaças cibernéticas têm mirado, cada vez mais, contra essas companhias.

 

Isso fica evidente nos dados reportados pelo Relatório Anual de Ameaças Cibernéticas 2025 da SonicWall, em que foi revelado que os ataques cibernéticos baseados em ransomware cresceram 259%. Tal dado foi puxado, segundo Arrieta, pelo aumento da automação dos ataques e maior aplicação de técnicas sofisticadas de tecnologia. O executivo acrescenta ainda o vácuo legislativo na região relacionado a crimes cibernéticos e dados expostos.

 

“Vale ressaltar que empresas de pequeno e médio porte possuem pouco espaço de manobra para tratar de outros temas além do seu core-business. Porém, devido a diversas circunstâncias sociais e políticas na América Latina, muitas delas tiveram que se digitalizar depressa, expondo-as a diversas ameaças às quais demandavam uma perícia muito diferente para ser enfrentada”, explica Arrieta.

 

Nesse sentido, ele aponta que as PMEs latino-americanas possuem uma cultura de gerenciamento da sua estrutura que, em muitos aspectos, se assemelham ao de uma grande corporação. Isso significa que elas, frequentemente, possuem preocupações similares as das empresas maiores, permitindo-as entender o real cenário em que estão inseridas e atuar na melhor estratégia de mitigação dos riscos segundo sua própria capacidade.

 

Com isso, o papel estratégico da indústria de Cibersegurança na região precisa ir além da simples venda de um produto, mas radicalizar a noção de um parceiro daquele negócio. Essa ação demanda entender a geração de valor da companhia e auxiliá-la a alinhar sua estrutura atual de Segurança para o que ela realmente precisa proteger e garantir continuidade, mobilizando um amplo ecossistema de alianças e revendas internas.

 

“As empresas menores são capazes de se inserir em nichos mercadológicos mais interessantes, e para isso, elas precisam gerir instituições de poucas centenas de colaboradores como se tivessem milhares deles, estabelecendo processos e hierarquia que equilibrem o custo operacional com a resposta a esses riscos. Nisso, precisamos pensar em outros aspectos que escapam da simples aquisição de soluções”, acrescenta o executivo.

 

Consolidação estratégica

Como forma de manter uma presença sólida dentro de mercados como o da América Latina, a consolidação em conjuntos menos numerosos de vendors tem sido o planejamento aplicado por todas as vendors já capilarizadas nos países da região. Nesse caso, diz Chavez-Arrieta, é possível esperar para os próximos meses, um ambiente mais aberto e de maior cooperação entre os parceiros e deles com as empresas locais.

 

“Eu percebo que o número de vendors no mercado vem diminuindo, a partir de fusões e aquisições. E entendo que isso deve mudar nossa realidade no sentido de nos permitir aproximar nossas estratégias em favor de um objetivo comum, que é disseminar a Segurança Cibernética mesmo entre usuários mais locais, tal qual as PMEs latino-americanas. Me parece que é uma direção à qual não teremos retorno”, conclui ele.

 

A SonicWall estará presente no Congresso Security Leaders Nacional como um dos patrocinadores do evento, para tratar de diversos temas estratégicos para a Cibersegurança das empresas. O evento ocorrerá nos dias 22 e 23 de outubro, no WTC, em São Paulo. As inscrições estão abertas e disponíveis por meio desse link.

 

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