Desde 2014, os incidentes de segurança da informação promovidos por Estados mais que dobraram, enquanto aqueles cometidos por hackers cresceram 83%, revela o estudo Bold steps to manage geolopolitcal threats, da PwC. Embora menos prevalentes, os ataques cibernéticos planejados por grupos terroristas tiveram um aumento de 24% nos últimos três anos, conforme aponta o levantamento. A análise da PwC também identifica a origem dos ataques, os setores da economia mais atingidos e como as empresas podem se proteger.
O estudo mostra que as regiões mais afetadas por ataques cometidos por hackers, que muitas vezes agem motivados por questões políticas e ideológicas, são a Europa (21% dos incidentes), Ásia e Pacífico (21%); em seguida, aparecem Oriente Médio e África (18%), América do Norte (17%) e América do Sul (17%). No Brasil, a instabilidade política e econômica deu origem a uma onda de incidentes cometidos por hackers. No ano passado, diversos sites do governo ficaram fora do ar durante as Olimpíadas devido a ações do grupo Anonymous.
Em média, 10% das ameaças cibernéticas no mundo são promovidas hoje por governos. Os terroristas são responsáveis por 14% dos incidentes no Oriente Médio e África, 11% na América do Sul, 11% na Europa, 10% na Ásia e Pacífico e 8% na América do Norte.
Globalmente, tensões geopolíticas aumentam os riscos potenciais de ataques. As disputas entre a Rússia e a Ucrânia continuam a trazer sérias implicações. Em dezembro de 2015, os hackers invadiram os sistemas de distribuição de energia da Ucrânia, cortando o fornecimento de energia de 230 mil pessoas. Na Ásia, a situação é parecida. No ano passado, a Coréia do Sul acusou a Coréia de Norte de uma série de incidentes cibernéticos que atingiram 160 empresas e órgãos governamentais sul-coreanos. Grupos extremistas também estão utilizando, cada vez mais, ferramentas como canais de comunicação criptografada e mídias sociais para disseminar ataques.
“As ameaças geopolíticas são extremamente importantes hoje e continuarão a ser significativas nos próximos anos, no mundo todo”, diz Edgar D’Andrea, sócio da PwC e líder de segurança da informação e privacidade de dados. “As empresas devem estar cientes desses riscos e investir em programas adequados para enfrentá-los”.
No que diz respeito aos setores mais atingidos, a área de telecomunicações ocupa o primeiro lugar do ranking (24%), seguido pela indústria automotiva (23%) e finanças (21%). Os principais agentes dos incidentes nesses setores são, em geral, hackers. No caso da indústria de entretenimento e mídia (17% dos ataques globais) e óleo e gás (13%), o principal autor é o Estado.