A Segurança da Informação se tornou uma área estratégica dentro das organizações. Não é por menos, o cenário de ataques cibernéticos está cada vez mais desafiador, todos os dias inúmeras empresas são atacadas e os profissionais que atuam na linha de frente da ciberdefesa precisam lidar constantemente com pressões que vão desde manter os ambientes seguros a escassez de skills dos colaboradores.
Com isso, a retenção dos profissionais de TI e SI mais capacitados virou outra preocupação dos gestores. A pesquisa “Benchmarking Retenção de Talentos”, realizada pelo executivo e especialista em Segurança da Informação, Alexander Procaci, identificou que dentre os mecanismos mais utilizados pelos líderes para reter talentos em TI e SI, o destaque vai para as três primeiras posições: Bônus/PLR (78%), permitir full home office (76%) e estabelecer um plano de carreira (62%).
O levantamento reuniu 143 respostas de executivos brasileiros de diversas áreas de atuação, sendo que empresas de Seguro / Resseguro, Financeiro / Bancos, Tecnologia, Indústria e Varejo foram as mais representativas na coleta das respostas.
Em uma visão agrupada dos mecanismos adotados para reter talentos em TI e SI, Bônus / PLR + Full Home Office foram os itens mais votados, seguidos pelas estratégias de salários acima da média + Bônus / PLR + Full Home Office + Plano de Carreira.
Na visão de Márcia Bolesina, Sócia de Cibersegurança na EY Brasil, a retenção de talentos é um grande desafio para as empresas em função da escassez de profissionais qualificados no mercado. Diante disso, os talentos são constantemente abordados por outras empresas e fica cada vez mais difícil retê-los.
“Mesmo as empresas com boas oportunidades de crescimento e ótimos benefícios estão sujeitas a perder os seus talentos. A pandemia também proporcionou que os profissionais de cibersegurança fossem chamados para oportunidades fora do Brasil, dificultando ainda mais os processos de retenção”, comenta Bolesina.
Para Edson Sivieri, CTO no Grupo IAUDIT, são poucas as empresas que investem na formação de profissionais de Segurança da Informação de modo orgânico. Ele ressalta a importância do reconhecimento na forma de ganho financeiro, além de valorização do profissional.
“É importante ter em mente que é necessário aplicar novas técnicas de gestão de pessoas a fim de entender melhor as mudanças de comportamento dentro do ecossistema”, comenta Sivieri.
Márcia afirma ainda que olhar e desenvolver talentos internos pode ser uma alternativa viável, mas ressalta que é importante pensar na jornada destas pessoas depois de formadas, oferecendo uma visão de futuro dentro da organização.
“Esses profissionais precisam entender qual será a evolução de suas carreiras a médio e longo prazo. Além disso, eles devem se sentir conectados com a missão da organização. Para isso, a liderança tem um papel fundamental. Se você quer reter seus talentos, tenha líderes que sejam capazes disso. Afinal, muitas pesquisas confirmam que um dos principais motivos para o desligamento voluntário de funcionários é a falta de confiança na liderança”, reforça executiva na EY Brasil.
Para Edson Sivieri, o mercado em geral pode expandir a oportunidade de desenvolvimento de novos profissionais dentro dos setores de TI e SI. “É preciso aproveitar a experiência de líderes de Segurança da Informação em cargos importantes para que eles tenham voz ativa nos comitês executivos. Isso vai ajudar a destacar a importância de investir em formação e na retenção de talentos”, finaliza Sivieri.
