Estima-se que o comércio eletrônico fature cerca de R$ 2,43 bilhões durante a Black Friday, representando alta de 15% em relação a 2017. A previsão é da Ebit|Nielsen. O número de pedidos deve registrar expansão de 6,4%, de 3,76 milhões para 4 milhões e o tíquete médio deverá ser de R$ 607,50, alta de 8%. Para o período, é comum empresas investirem em megaoperações a fim de minimizar os impactos gerados pela indisponibilidade de serviços, seja por picos de acesso ou um ciberataque. No entanto, é hora dessa preocupação ser constante e aproveitar a infra preparada para continuidade nos projetos visando Segurança da Informação, Proteção de Dados e qualificação dos colaboradores.
Em plena Era Digital, é essencial que as empresas aprimorem suas políticas de cibersegurança para proteger suas estruturas e consumidores. Segundo Gina Van Dijk, Diretora Regional do (ISC)² América Latina, é indicado que as companhias dediquem uma atenção especial à Segurança da Informação, melhorando suas regras internas e capacitando seus profissionais, ajudando-os na proteção de seus ambientes digitais.
É recomendável, ainda, que as companhias chequem se os profissionais estão conscientes dos procedimentos a seguir em caso de ciberataques, uma vez que ameaças virtuais se alteram em uma velocidade frenética. “Todos os dias surgem novas modalidades de fraudes e de ataques. As empresas devem utilizar seus colaboradores para proteger rapidamente seus sistemas e informações diante de ocorrências”.
Períodos com grande alta nas vendas, como Black Friday, Dia das Mães e Natal, requerem tempo e treinamento. A preparação deve ser feita de forma antecipada e contínua, afinal o sucesso das vendas não depende mais unicamente de estratégias comerciais agressivas, mas de ambientes confiáveis. “Diante disso, podemos afirmar que segurança de dados não é mais uma questão departamental, mas sim um componente fundamental para garantir a tranquilidade dos clientes e proteger a reputação de sua marca”.
Golpes mais comuns
Segundo a Febraban, sites e e-mails falsos, ligações e mensagens são algumas das principais artimanhas usadas pelos golpistas para enganar as pessoas e ter acesso a informações pessoais, como nome completo, CPF, número de cartões, entre outros dados bancários.
De acordo com Adriano Volpini, diretor da Comissão de Prevenção a Fraudes da entidade, é importante estar atento às informações compartilhadas, especialmente quando os preços dos produtos estiverem muito abaixo do comum. “Criminosos se utilizam da empolgação dos consumidores para coletar informações e aplicar golpes”.
Geralmente, esse tipo de fraude ocorre quando a pessoa recebe um e-mail ou mensagem com ofertas tentadoras. Ao clicar, ela é direcionada para um site falso e, acreditando ser uma página confiável, fornece dados sigilosos. Com essas informações, os cibercriminosos realizam transações, burlam bloqueios de segurança, desbloqueiam novos cartões e confirmam dados.
Outro esquema muito utilizado envolve aplicativos maliciosos. Mais uma vez, a porta o golpe começa com o envio de um e-mail suspeito com um link. Ao clicar, é instalado um vírus e os atacantes ganham acesso ao dispositivo. Por meio do phishing, eles conseguem acessar dados como nomes de usuário e senhas e realizar transações.
Para evitar ser vítima destes tipos de fraudes é importante sempre verificar se o endereço da página é o correto. Uma forma de fazer isso é digitar a URL no navegador ao invés de clicar no link.
Compras seguras
A Black Friday registra um aumento considerável no volume de transações, o que pede um cuidado extra na hora das compras. Para que os consumidores aproveitem o período de forma segura e aproveitem a data, Richard Bento, superintendente de Segurança Corporativa do Itaú Unibanco, compartilhou as dicas abaixo:
*** Computador confiável – Sempre e principalmente ao realizar transações online, utilize uma máquina com antivírus, navegador e sistema operacional atualizados e firewall ativado. Além disso, use redes sem fio conhecidas, com senha, ou sua conexão particular (3G ou 4G). Nunca faça compras ou transações bancárias em redes públicas.
*** Segurança – Sempre digite o endereço do site no navegador de internet. Antes de fornecer seus dados, verifique se o endereço do site começa com https://.
*** Senhas – Crie uma senha exclusiva para cada cadastro, evitando dados pessoais. Jamais use a mesma senha de acesso ao seu banco ou e-mail para cadastro em lojas.
*** Cartão virtual – Utilize o cartão virtual nas transações pela internet. Para isso, basta instalar o app do seu cartão, gerar um cartão virtual e realizar sua compra. O número será válido para uma única transação e por tempo determinado – evitando que criminosos o utilizem caso tenham acesso aos dados guardados pelo site.
*** Reputação da loja – Faça suas compras em sites conhecidos, consulte a loja em páginas de avaliação de reputação e veja quais são as políticas de privacidade. E mais: confirme se ela não está na lista restritiva do Serasa e confira informações como razão social, CNPJ e endereço. Não realize a compra se perceber alguma inconsistência.
*** Atenção constante – Desconfie de promoções com preços muito abaixo da média de mercado, mesmo na Black Friday. E fique atento a links enviados por e-mails ou redes sociais – eles podem direcionar para páginas falsas, com a intenção de roubar seus dados. Prefira acessar o site diretamente, digitando o endereço no navegador.
*** Golpe da troca do cartão – Nesse golpe, realizado em compras físicas, o fraudador diz que o pagamento com o cartão não foi autorizado ou que a maquininha está sem sinal, e pede que o cliente digite sua senha novamente. A máquina então captura os dados e o golpista devolve outro cartão, ficando com o verdadeiro e com a senha. Sempre confira se o nome impresso no cartão é mesmo o seu ao guardá-lo.
*** Comunicação já! – Entre em contato imediatamente com a central de atendimento de seu cartão caso tenha qualquer suspeita durante a transação. Ligue para o telefone impresso atrás de seu cartão físico ou para o número que está no site oficial da administradora.
Atenção às mídias sociais
Muitas das promoções chegam aos consumidores por meio de ações feitas nas mídias sociais. No entanto, essa também é uma das práticas mais comuns para disseminar golpes devido ao seu poder de penetração. Ciente do seu papel nesse período, o Facebook reuniu diversas dicas importantes para tornar a experiência de compra mais segura e minimizar as práticas ilícitas de pessoas mal-intencionadas.
Em caso de dúvida sobre os anúncios, perfis ou páginas dentro da plataforma, a rede compartilhou uma série de ferramentas que facilitam a identificação de empresas e promoções legítimas. Por exemplo: as páginas de grandes empresas normalmente são verificadas e contam com um selo azul depois do nome, embaixo da foto de Perfil, no canto superior esquerdo da tela.
Já as empresas de menor porte, recomenda-se que os consumidores fiquem atentos aos comentários nas publicações, assim como a data de criação da Página. Também é possível verificar o Histórico de Páginas, que mostra se ela teve seu nome alterado, ou se foi mesclada com outra.
Vale lembrar que o Facebook não permite mudanças de nome de Páginas que resultem em conexões falsas ou não intencionais, e que alterem substancialmente o assunto das Páginas. Basta clicar no “i” localizado no canto inferior direito da foto principal da página.
A plataforma também alerta para Páginas ou links que direcionam seus usuários a um site externo ao Facebook, ou então que exigem algum tipo de compartilhamento para obtenção de um prêmio. Confira antes se o endereço externo é confiável. Se algo parecer suspeito, basta reportar como SPAM ou fazer uma denúncia seguindo os caminhos indicados na Central de Ajuda.