Bancos investiram R$ 2,5 bilhões em Segurança em 2020

Pesquisa anual da Febraban destaca que 10% dos R$ 25,7 bilhões gastos em TI no ano passado foram feitos na área de cybersecurity

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O crescimento de transações digitais, especialmente em ambiente mobile, aliado a um crescimento com a preocupação em cibersegurança, puxaram o crescimento do investimento dos bancos em tecnologia da informação. O setor bancário investiu R$ 25,7 bilhões em 2020, uma alta de 8% ante o ano anterior.

 

Desses R$ 25 bilhões, cerca de R$ 16 bilhões são considerados despesa e R$ 9 bilhões investimento propriamente dito. Os dados da pesquisa Tecnologia Bancária 2021 foram apresentados por Rodrigo Mulinari, diretor de Tecnologia e Automação Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), durante coletiva online de imprensa realizada hoje (24).

 

10% dos gastos em TI dos bancos foram feitos na área de segurança. Desafios trazidos pela pandemia, como trabalho remoto, mais transações em canais digitais e fraudes engenhosas usadas por criminosos justificam os investimentos em segurança. “Com a pandemia, reconhecimento facial foi usado para habilitar contas e dispositivos”, diz Mulinari.

 

Para intensificar a segurança de sistemas e aparelho, os bancos investiram em inteligência artificial e IoT. A necessidade de mais tecnologias de segurança foi impulsionada pelas transações remotas: as transações por canais digitais cresceram 20% em 2020, chegando a 69 bilhões de operações. 90% das operações de crédito e 85% dos pagamentos de contas foram feitas por Internet ou celular.

 

Segundo o levantamento, o total de contas ativas no mobile banking – conta com alguma movimentação nos últimos seis meses- mais que dobrou, passando de 92,4 milhões para 198,2 milhões. Deste total, 70 milhões foram abertas devido ao auxílio emergencial.

 

Tal evolução pode ser comprovada pelo crescimento dos chamados heavy users – de 35 para 76 milhões de contas. “Na média, o brasileiro acessa seu internet banking 28 vezes/mês, já esses usuários massivos usam canais digitais 63 vezes por mês – 3 vezes a cada dia útil”, afirma Mulinari. Por outro lado, as operações feitas em agências, como saques no caixa ou ATMs, caíram de 2,9 bilhões de operações para 2,2 bilhões.

 

Outro impulsionador da queda de transações em meios tradicionais – os antigos DOC e TED caíram de 25% para 19% do total de transações – é o PIX. Em apenas seis meses, entre novembro de 2020 e maio de 2021, o número de operações com PIX subiu de 27 para 540 milhões de operações, um aumento de 1900%.

 

“A tecnologia ainda é mais usada pelo público jovem: dois terços dos PIX são feitos por clientes com idade de 20 a 39 anos, conta Mulinari. Segundo o diretor da Febraban, dobrou o número de usuários que fazem ou recebem mais de 30 PIX/mês. 75% das transações são feitas entre pessoas físicas e 11% entre pessoas e empresas. Um dado interessante é que 12% dos PIX já são feitos entre pessoas jurídicas.

 

“Percebemos uma mudança no papel das agências. Elas ganharam um status consultivo e são acionadas para operações mais complexas – renegociação de dívidas, compra de seguros e operações cambiais”, completa o diretor da Febraban.

 

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